A UEFA, o final das aulas e a variante Delta

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Depois de me ter sagrado campeã olímpica na modalidade “pessoa que fez mais vezes refresh a uma página de Internet”, lá consegui agendar a minha vacina da covid. Se tudo correr bem, a partir de terça-feira já consigo apanhar a RTL e a VH1 com o meu braço esquerdo e arrastar o frigorífico até à sala para beber uma mini fresquinha só com o poder do meu magnetismo. Estou ansiosa.

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Há autarcas a aproveitarem a vacinação para mostrarem a potenciais eleitores que são uns fixes. Comida, livros, outras pequenas ofertas e até miniconcertos: os 30 minutos necessários de espera no pós-vacinação dão mesmo jeito para difundir propaganda política. Faz-me muito lembrar aquela frase feita: “Grátis, até vacinas na testa”. Eu espero que me ofereçam uma ciclovia e uma árvore por plantar na Praça de Espanha, no mínimo. E posso ficar com uma girafa do zoo?

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Entretanto, os casos de covid voltam a aumentar em Portugal, falando-se mesmo de uma quarta vaga. Esta porcaria vai ter mais temporadas que o “Quem quer namorar com o agricultor”, está visto. A culpa é da variante Delta, o que a mim me deixa descansada. Eu nem sequer bebo café.

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Este fim de semana continuou proibida a circulação de pessoas que quisessem sair ou entrar da Área Metropolitana de Lisboa. Claro que houve sempre quem o fizesse à mesma, nem que seja para dar emoção à sua vida e poder dizer aos amigos “eu cá saí e ninguém me apanhou”. Uau, sois mais aventureiros do que o tipo do “Prison Break”, que pode ter fugido da prisão mas nunca foi até ao Carregado a um domingo à tarde.

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Várias escolas estão mesmo na reta final das aulas, indo em breve começar os três meses de férias que tanta inveja nos metem. Fica a questão: poderão os adolescentes aguentar mais um verão com restrições? Bom, depende. Quem treinou dar beijos de língua usando a fronha da almofada (acreditem, é comum) talvez não se incomode muito a ter de beijar com a máscara posta.

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Em Espanha e Itália a máscara vai deixar em breve de ser usada na rua. Antes ia-se a Ayamonte e a Badajoz comprar caramelos. Agora vai-se para se poder fazer nudismo ao nível da face.

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A UEFA não autorizou que as cores da bandeira LGTBQI+ figurassem na iluminação do estádio em Munique onde decorreu o Alemanha-Hungria. A organização futebolística diz-se “neutra política e religiosamente”. Recorde-se que a Hungria aprovou recentemente leis que penalizam cada vez mais aquela comunidade. Tem graça: quando são atitudes simbólicas, é “política”. Mas quando são dois homens a beijarem-se na rua já é “façam isso em vossa casa, ninguém tem nada a ver com isto”. Boa, UEFA. Ainda algum miúdo via as luzes na televisão e virava drag queen.

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Um motorista dos Transportes Urbanos de Coimbra foi suspenso após ter sido filmado a assediar uma passageira. Nos dois minutos e meio de vídeo, gravado pela própria, a passageira pede-lhe insistentemente que vá conduzir o autocarro, ao que o predador lhe responde: “Não me apetecia nada. Apetecia-me antes outra coisa, sabe? Ou tu não gostas?”. Claramente, uma cabecinha que acha que o Mundo funciona como nos filmes pornográficos. Alguém que lhe explique que o sucesso destas abordagens nojentas é mais ficcional do que o mundo do Harry Potter.