Reportagem da NM vence prémio de jornalismo

“O lado invisível do cancro pediátrico”, da autoria da jornalista Cláudia Pinto, foi distinguida pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

Publicada na edição de 10 de fevereiro de 2019, a peça relata o confronto dos pais e das famílias perante um diagnóstico inesperado de cancro infantil e o começo de uma luta que passa a ser de todos. Além do impacto físico dos tratamentos, as consequências emocionais e sociais colocam barreiras que, sem aviso prévio, alteram por completo os dias. As dificuldades laborais e financeiras, a separação da família e a mudança de rotinas são apenas alguns – dos muitos – desafios a enfrentar.

Todos os anos, em Portugal, cerca de 400 crianças e jovens recebem a notícia de que têm um problema oncológico. Os pais entrevistados no âmbito desta reportagem partilharam o seu testemunho acerca da impotência que sentiram perante a insuficiência de alguns apoios na prática. “Enquanto tentam que os filhos se tratem com sucesso, têm de suportar inúmeros constrangimentos financeiros e laborais num momento em que a fragilidade toma conta dos dias, em que se perdem empregos, em que se somam contas para pagar e, em que pais, filhos e irmãos se separam quando é preciso viajar para garantir o acesso aos melhores cuidados”, revela a jornalista. Alguns destes casos contam com o apoio das casas da Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, que garantem alojamento e refeições aos doentes e pais.

Num ano atípico, a Liga Portuguesa Contra o Cancro não quis deixar de entregar os prémios de jornalismo e realizou uma cerimónia virtual em que anunciou os vencedores. Há cerca de 20 anos que esta iniciativa distingue os artigos jornalísticos que contribuem para informar, divulgar, esclarecer, quebrar estigmas e sensibilizar a população.

“O lado invisível do cancro pediátrico” conta com fotografias da autoria de André Gouveia, Carlos Manuel Martins, Henrique Cunha e Leonardo Negrão, fotojornalistas da Global Imagens. Pode ser lida aqui.

O prémio na categoria audiovisual foi entregue ao jornalista André Rodrigues, da Rádio Renascença, com a reportagem “A vida não se descarta como no ecoponto”. Foi ainda entregue uma menção honrosa a Paula Castanho pela peça de televisão “Cancro da Próstata – Retrato de Saúde”, da SIC Mulher.

Estes prémios atribuíram um total de dez mil euros e contaram com o apoio institucional do Sindicato dos Jornalistas e da farmacêutica AstraZeneca.