O calor que vem do frio

Foto: Sara Matos/Global Imagens

Uma garrafa de vinho tinto (há quem opte por vinho do Porto), meia chávena de açúcar amarelo, uma casca de limão e outra de laranja, paus de canela. O vinho é colocado numa panela juntamente com as cascas de limão e de laranja, adiciona-se açúcar e aguarda-se até o preparado começar a levantar fervura. Et voilà, há vinho quente pronto a aquecer corpos arrefecidos pelo inverno.

Esta é a receita mais frequentemente usada em Portugal. O segredo passa por não deixar ferver completamente o vinho e assim impedir que o álcool desapareça por evaporação e que o combinado perca grande parte do seu segredo em termos de qualidade e sabor.

O vinho quente tem origens na Grã-Bretanha e rapidamente se expandiu a outros pontos da Europa, nomeadamente aos países escandinavos.

Foto: André Rolo/Global Imagens

Por cá, além das receitas domésticas, começa a ser visto amiúde em bares. Como no Solar das Suecas, em Leça da Palmeira, onde é servido segundo tradições nórdicas. “A copo, com um acrescento de gengibre, cravo e canela, tal como é feito na Suécia”, explica Bengt Tranmarker, o proprietário.

Também com um toque da Escandinávia, neste caso da Dinamarca, The Danish Pastry Shop, em Lisboa, apresenta vinho quente com uma mistura de especiarias que inclui pimenta da Jamaica e cardamomo, além de amêndoa e uvas passas.

“Muitas vezes os clientes não sabem do que se trata e até lhes damos a provar para conhecerem. São raros os que não ficam fãs, e há quem venha depois até cá só por causa do vinho quente”, conta Rúben Simão, um dos responsáveis pelo espaço, situado na zona do Campo Grande.