Teoria da conspiração diz que aves são drones espiões

Texto de Ana João Mamede

Teorias da conspiração. São demasiadas para contar pelos dedos das mãos e proliferam como cogumelos. Circulam online em grande quantidade e teorizam sobre os mais variados assuntos – viagem do homem à lua, a morte do rei da pop e muito, muito mais. Peter McIndoe, um jovem ativista da cidade de Memphis, Tennessee, nos Estados Unidos, é o criador de uma dessas teorias.

“Birds Aren’t Real”, assim se chama o movimento, conta com cerca de 70 mil seguidores online. E aqueles que o defendem dizem que os pássaros foram envenenados e substituídos por drones cuja função é espiar os cidadãos dos diferentes países.

O grupo argumenta que 12 biliões de aves foram intencionalmente erradicadas através de um vírus. O movimento surgiu na internet, há dois anos, pelas mãos de Peter McIndoe, e está a tornar-se cada vez mais popular na rede social Instagram.

Muitos são os que questionam a veracidade da tese e que se limitam a encará-la como uma piada. Contudo, Peter não duvida – nem por um segundo – das crenças que fundou e alimenta: “Os pássaros são drones espiões”.

Ainda segundo McIndoe e a legião de fãs que o segue, o governo dos Estados Unidos matou, intencionalmente, 12 biliões de pássaros entre 1959 e 1971. O grupo alega que foram usados aviões de combate aos incêndios e que os depósitos que normalmente carregam água, dessa vez, transportavam veneno, que, quando consumido pelas aves, lhes transmitiu um vírus que espalharam entre si.

O estudante, de 20 anos, explica: “O veneno terá sido pulverizado de uma altura de 8 000 pés (quase 2500 metros) e terá desaparecido antes de chegar ao chão. Bastou uma gota do químico atingir as penas dos pássaros para o vírus surtir efeito”.

Allen Welsh Dulles, diretor da CIA entre 1953 e 1961, é apontado pelo grupo como o principal suspeito da morte dos pássaros e pela substituição dos mesmos. O movimento defende, ainda, que John F. Kennedy, ex-presidente americano (1961-1963), foi assassinado pela CIA por estar contra essa erradicação e que, desde então, a agência americana tem controlado as eleições presidenciais para que não se repitam mais casos como esse. A bateria desses drones não é eterna, está claro. E, segundo a mesma teoria, as aves que se veem sentadas nas linhas elétricas estão, unicamente, a recarregar baterias.

“Isto não é uma sátira, nem um meme. Muitas pessoas perguntam-me isso, porque consideram a teoria absurda. Os nossos valores e as nossas visões devem ser valorizados e respeitados. Tal como aqueles que acreditam que os pássaros são reais. Apesar de eu não defender isso nunca, jamais”, declarou o fundador.

E, apesar de todas as polémicas, a verdade é que a teoria “Bird Aren’t Real” está a ganhar terreno. Apesar de ter nos EUA a maioria dos defensores, o grupo tenta ultrapassar fronteiras. Chegou, recentemente, a Brighton, no Reino Unido, com cartazes e manifestações a apoiar a tese de que os pássaros não são reais.