Museu de Auschwitz repudia “fotos fúteis”

Não é a primeira vez que as poses em lugares de memória ao Holocausto geram polémica. Desta vez, o “puxão de orelhas” veio do Museu de Auschwitz, depois de várias pessoas terem publicado imagens a caminhar sobre a linha de comboio, por onde chegavam as carruagens carregadas de judeus que morreram naquele antigo campo de concentração nazi na Polónia.

“Há melhores lugares para aprender a andar sobre um trilho do que num lugar que simboliza o assassinato de centenas de milhares de pessoas”, lê-se numa publicação do Twitter do museu, acompanhada de vários exemplos dessas “imagens fúteis”. “Quando alguém visita Auschwitz, precisa de lembrar-se que está num lugar onde um milhão de pessoas foram assassinadas”, acrescentaram os responsáveis do museu.

Auschwitz-Birkenau, um complexo formado por três campos de concentração principais e 39 subcampos na região da Alta Silésia, na Polónia, foi utilizado durante a Segunda Guerra Mundial pelo III Reich para matar 1,1 milhão de pessoas, entre ciganos, homossexuais, judeus, comunistas e presos políticos. Pelas linhas férreas que ligavam os campos circularam comboios com pessoas de diversos locais da Europa. Durante as viagens eram privadas de água e de comida. Fechadas por vezes durante dias a fio em vagões sem casa de banho e com janelas lacradas, que quase impediam a entrada de luz.

Quando as composições chegavam aos campos, era feita uma seleção: idosos e doentes eram levados diretamente para as câmaras de gás, porque não serviam para os trabalhos forçados. “Auschwitz é um local visitado para lembrar um episódio trágico da história, para refletir e para aprender o que devemos evitar de forma a que algo assim se repita, não é um lugar para brincar”, reforçaram os responsáveis do museu.