Texto de Sara Dias Oliveira
Vejo Bem…
A arte de ser português é uma virtude e, ao mesmo tempo, um defeito. Sou teimoso e obsessivo. Consigo as coisas a que me proponho fazer contra tudo e contra todos. Continuo a fazer teatro sem subsídios ou apoios.
Sou boa pessoa. Não tenho rancores, tenho a bondade que é o que mais distingue o ser humano. Olhar para os outros com compaixão e humildade. (Os que gostam de mim dizem que sou virtuoso, os que não gostam dizem que sou um estupor. É bom ter inimigos).
A sensibilidade. Qualquer artista tem um coração sensível, acha que pode mudar o mundo, olha olhos nos olhos para o espectador.
Sou um bom encenador. Acabo de fazer um grande espetáculo “Severa – O Musical.”
Vejo Mal…
Sou um monte de defeitos e ainda bem. Inseguro. Qualquer artista é inseguro. Parto sempre como se não tivesse passado. Sou um homem do futuro. Tenho saudades do futuro.
Teimoso. Uma virtude e, ao mesmo tempo, um defeito.
Um bocado chato. Se meto uma coisa na cabeça, ninguém ma tira.
Um pouco repetitivo. Digo as coisas em sessão contínua.