Que respostas há quando os adolescentes têm comportamentos desviantes e aditivos?

Texto de Alexandra Pedro | Fotografia ShutterStock

No próximo dia 8 de maio, vai realizar-se o Encontro Art, com vários membros da Associação de Respostas Terapêuticas, que procuram refletir «em conjunto sobre formas de melhorar a intervenção terapêutica destinada a adolescentes que apresentem comportamentos desviantes e aditivos».

Pedopsiquiatras, psicólogos e professores e investigadores vão marcar presença na iniciativa, que assinala os 18 anos de existência da instituição, na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto.

A ART, que em 2007 centrou a sua intervenção em menores que apresentavam problemas comportamentais e consumo abusivo de substâncias psicoativas, tem atualmente «três comunidades terapêuticas». Duas estão em Marco de Canaveses – a Quinta do Sol que tem 27 jovens e a Quinta do Horizonte com 30 – e há ainda uma outra instituição no Alentejo, com 70 jovens.

De acordo com os dados do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), em 2016, a faixa etária dos 15 aos 19 anos era a que apresentava maiores preocupações em relação ao consumo de substâncias psicoativas. É também nestas idades que surgem mais padrões de consumo nocivos e abusivos que evoluem para situações de dependência nos anos seguintes (dos 20 aos 24 anos).

«O consumo de álcool e outras substâncias psicoativas durante a adolescência pode comprometer o desenvolvimento, tanto ao nível biológico, interrompendo ou prejudicando a sua maturação, como ao nível psicossocial, envolvendo os adolescentes em situações relacionais e comportamentais com consequências imprevisíveis», alerta a associação, em comunicado.

Os pedidos de intervenção têm aumentado – por ano a associação recebe cerca de 400 pedidos de intervenção em jovens – e a ART não consegue responder às necessidades. Em comunicado, indica que 76% dos pedidos não têm oportunidade de internamento devido à lotação. A previsão é que este número venha aumentar, visto que existem «novos problemas associados» a jovens, como os jogos a dinheiro online e dependência tecnológica.

O encaminhamento é feito, normalmente, por decisão judicial, e na sua maioria, os jovens já se encontravam institucionalizados antes de integrarem as comunidades terapêuticas.

A Associação de Respostas Terapêuticas tem ao todo 70 colaboradores, entre membros executivos, auxiliares, voluntários e técnicos administrativos. Além disso, tem ainda especialistas internos e externos, como assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, monitores e clínicos.

As ferramentas utilizadas, o programa terapêutico e o trabalho já desenvolvido pela ART vão estar em discussão na próxima terça-feira. A inscrição tem o custo de 20 euros, descendo para os 10 euros para estudantes e 15 para instituições. Pode inscrever-se já através do site do encontro. Veja aqui o programa completo: