Dez casos polémicos de praxes

Foto: Bruno Simões Castanheira / Global Imagens

Apesar dos programas alternativos de integração, propostos pelas universidades, com diferentes atividades, os estudantes continuam a mostrar preferência pela receção tradicional, mesmo esta sendo alvo de notícias menos positivas com regularidade. Os episódios de violência nas praxes são uma constante há quase duas décadas. Desde lesões, a nível físico ou psicológico, a situações extremas que chegaram a levar à morte de alguns estudantes. A Notícias Magazine relembra alguns dos casos mais polémicos.

Novembro de 1999

Foto: Bruno Simões Castanheira / Global Imagens

Foi a primeira vez que uma aluna do ensino superior tornou público o seu caso, tendo iniciado um processo judicial por agressões físicas e humilhações. Cortar o cabelo foi a sanção que o “tribunal de praxe” lhe atribuiu. O caso aconteceu na Escola Superior de Educação de Leiria.

Março de 2003

Foto: Henriques da Cunha / Global Imagens

Na Escola Superior Agrária de Santarém, uma estudante fez queixa, na polícia, dos abusos que terá sido submetida na praxe, onde foi “esfregada” com excrementos. Foi a primeira condenação de uma praxe em tribunal. Os agressores foram condenados a multas que variaram entre 640 e 1600 euros.

Outubro de 2003

Foto: Arquivo

Um aluno fez uma denúncia depois de ter sido obrigado a atar um cordão, que amarrava um tijolo, ao pénis. O pai do estudante enviou uma carta à Ministra da Educação. A governante prometeu procurar esclarecimentos sobre a alegada agressão ocorrida no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. No entanto, não houve desenvolvimentos.

Outubro de 2004

Foto: Joana Bourgard / Global Imagens

Na Universidade Lusíada de Famalicão, um jovem, membro da tuna, morreu depois de ter sido sujeito a várias agressões, que aconteceram durante uma praxe. Em tribunal, o silêncio por parte dos colegas envolvidos no caso manteve-se. Passados mais de dez anos, a universidade foi condenada ao pagamento de uma indemnização, que rondou os 90 mil euros, à família da vítima.

Outubro de 2009

Foto: Diana Quintela / Global Imagens

Oito alunos do Colégio Militar, em Lisboa, foram acusados pelo Ministério Público de maus tratos praticados a três caloiros. Os casos, acontecidos entre 2007 e 2008, provocaram lesões graves a dois deles: uma das vítimas ficou com um tímpano furado e outra esteve mais de um mês presa a uma cadeira de rodas.

Janeiro de 2011

Foto: Sara Matos / Global Imagens

Após uma queda na praxe, uma aluna do 1.º ano da Academia Militar do Exército, na Amadora, foi internada com um traumatismo craniano. Os responsáveis foram identificados e terá sido instaurado um processo disciplinar, cujo desfecho não foi tornado público.

Setembro de 2012

Foto: Teixeira Correia / Global Imagens

Uma estudante, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Beja, ficou inconsciente e entrou em paragem respiratória durante uma praxe. A jovem, na altura com 26 anos, foi internada nos Cuidados Intensivos do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, onde nunca chegou a recuperar. Acabou por morrer, deixando uma filha de quatro anos.

Dezembro de 2013

Foto: Vitor Rios / Global Imagens

Há quatro anos, na praia do Meco, seis estudantes universitários foram arrastados por uma onda e morreram afogados. Estavam acompanhados pelo “dux”, o único que se salvou da tragédia. O processo aberto contra o sobrevivente foi arquivado por não haver indício de crime.

Abril de 2014

Foto: José Mota / Global Imagens

Na Universidade do Minho, em Braga, três alunos de engenharia informática morreram soterrados pela queda de um muro enquanto acontecia uma brincadeira entre cursos. Os alunos que subiram o muro, que acabou por tirar a vida aos colegas, estão acusados de homicídio negligente.

Setembro de 2015

Uma jovem, da Universidade do Algarve, entrou em coma alcoólico quando, enterrada parcialmente na areia, foi obrigada a ingerir álcool num contexto de “praxe académica” que envolvia outros caloiros.