Corujas colocam gaivotas em sentido

Amin Chaar/Global Imagens

Texto de Pedro Emanuel Santos

São a grande praga das cidades costeiras. Pelas doenças que espalham, pela sujidade que provocam, pelo perturbador ruído que emitem, pela ameaça à saúde pública que constituem. As gaivotas são um mal que muitos temem e que poucos sabem como combater. Perderam o medo do contacto com o homem, invadem jardins de casas térreas e varandas de prédios que nada devem à altura.

Mas há forma de as afugentar. Tal como nos meios rurais eram comuns os espantalhos, essas atabalhoadas figuras de palha que tentavam imitar seres humanos e evitavam que aves de pequeno e de grande porte se alimentassem das sementes para colheita, hoje a resposta mais eficaz para afugentar espécies voadoras indesejadas está nas… corujas. Isso mesmo, corujas, leu bem (não é necessário voltar atrás no texto para confirmar).

Não são umas corujas quaisquer. São figuras a fazer lembrar esse pássaro de aspeto pouco amistoso, que, de tão eficazes e assustadoras (para as gaivotas), têm sido um sucesso de vendas. Medem pouco mais de 40 centímetros, são feitas de plástico e resina, destacam-se pelas diferentes combinações de cores garridas, resistem facilmente ao sol e podem durar anos a fio.

As corujas medem pouco mais de 40 centímetros, são feitas de plástico e resina, destacam-se pelas diferentes combinações de cores garridas, resistem facilmente ao sol e podem durar anos a fio.

Além disso, o preço médio não é proibitivo – ronda os 12 euros, embora haja modelos mais sofisticados que podem chegar aos 35 (depende dos vários tamanhos), e não é necessária qualquer bateria para o manter a funcionar. A força do vento encarrega-se disso.

Além de gaivotas, essas corujas especiais são ótimas para manter fora de órbita outros pássaros pouco desejáveis, como os pombos, também nada amigos da salubridade urbana.

Se não quiser expandir os gastos, pode sempre optar por uma coruja holográfica. O preço é mais baixo – pode comprar uma por sete euros -, mas o aspeto não é tão apelativo e a eficácia pode não ser tão grande como as que são mais fiéis ao original.

A caça às gaivotas também tem outras armas. Não letais, claro está, que aqui o objetivo é mantê-las à distância e não tirar-lhes a vida. Uma das opções pode passar pela utilização de lasers. São pequenas lanternas que emitem uma luz super eficaz para as afastar, garantem os especialistas na matéria, inibindo-as durante longos períodos de se aproximarem do local onde os raios são emitidos por se lembrarem da perturbação causada por tal luminosidade.

Sistema que, igualmente, prima por resultados tidos como comprovadamente satisfatórios é o repelente sonoro, que emite sons proibitivos e incómodos para gaivotas – e não só -, levando-as a não sobrevoar a área de onde são produzidos durante largos períodos.

Há também ventoinhas próprias, muito vulgares em barcos, por exemplo, mas que começam a ser opção para ambientes caseiros. O movimento contínuo desse sistema é o grande segredo para afastar visitas indesejadas. Ou os chamados “Scare Eye”, que imitam olhos de predadores e assustam as tão temidas aves.