Texto de Lusa | Fotografia de Reuters
Aliança Da Diversidade (ADD) é o nome do projeto de «promoção da cidadania ativa de jovens em contexto escolar na região norte do país», que irá também disponibilizar um atendimento e acompanhamento psicossocial semanal a jovens LGBTI, adianta a associação em comunicado.
Segundo dados da Agência para os Direitos Fundamentais da União Europeia, 94% dos jovens LGBT ouvem ou testemunham comentários e comportamentos negativos em contexto escolar em Portugal.
«As vítimas de crimes de ódio e de discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género são bastante jovens. A violência é muitas vezes exercida por colegas e por familiares e raramente é denunciada», referem os dados citados pela ILGA Portugal – Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo.
«Jovens LGBTI reportam mais episódios de bullying e discriminação, correndo maior risco de exclusão. Promover a solidariedade entre pares é a melhor forma de prevenir a violência e a discriminação», Telmo Fernandes.
«Jovens LGBTI reportam mais episódios de bullying e discriminação, correndo maior risco de exclusão. Tal como demonstrado de forma exemplar no episódio recente ocorrido na Escola Secundária de Vagos, em Aveiro, promover a solidariedade entre pares e a visibilidade neste âmbito é a melhor forma de prevenir a violência e a discriminação», afirma o coordenador do projeto, Telmo Fernandes.
O projeto ADD, apoiado pelo programa Portugal 2020, pretende fornecer recursos e ferramentas para que os possam «organizar grupos, idealmente com a colaboração de professores/as ou outros elementos significativos da comunidade escolar», adianta a ILGA. O objetivo é que estes grupos se constituam como «dinamizadores de atividades regulares de visibilidade positiva da diversidade em função da orientação sexual, da identidade e expressão de género em contexto escolar, e como polos ativos de prevenção da discriminação dentro das escolas», acrescenta.
A ILGA lança hoje um «Estudo Nacional sobre o Ambiente Escolar», dirigido a jovens LGBTI com mais de 14 anos e que estejam a frequentar o ensino regular ou profissional.
A diretora executiva da ILGA Portugal, Marta Ramos, adianta que este projeto vem no seguimento das «inúmeras iniciativas e recursos educativos» que a associação tem vindo a desenvolver com vista «ao combate ao bullying homofóbico e transfóbico». «Este projeto surge para aprofundar este trabalho e o objetivo é que possa vir a ser alargado a todo o país», avança Marta Ramos, salientando que a ILGA marcará hoje presença na manifestação Escola Sem Homofobia, em Lisboa, para «reforçar a importância destas ações».
A ILGA lança também hoje um «Estudo Nacional sobre o Ambiente Escolar», dirigido a jovens LGBTI com mais de 14 anos e que estejam a frequentar o ensino regular ou profissional. O estudo visa «aprofundar o conhecimento acerca das experiências de jovens LGBTI em contexto educativo, que em boa medida permanecem ‘invisibilizadas’ pelas práticas, currículos, manuais e regulamentos escolares, e cujas vivências de discriminação são em grande medida silenciadas e permanecem por denunciar», adianta.
O questionário, confidencial e anónimo, pode ser acedido em enea.ilga-portugal.pt. Os resultados serão divulgados no final do ano e pretendem contribuir para a «implementação de políticas educativas inclusivas mais eficazes».
O estudo tem o apoio técnico da organização norte-americana GLSEN e conta com a colaboração do Centro de Psicologia da Universidade do Porto e do Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE-IUL.