Sylvie Vartan veio a Portugal para uma série de concertos no Cine-Teatro Monumental, em Lisboa. Chegou de madrugada, mas o acontecimento motivou uma legião de adolescentes no aeroporto.
Era a segunda vez que Sylvie Vartan vinha a Portugal. Na primeira, em 1964, também atuou no Monumental e também arrastou centenas de jovens para a porta do teatro à espera da cantora. Três anos depois, os fãs voltaram a marcar presença na chegada da diva do yé-yé (derivação da expressão inglesa «Yeah, Yeah»), movimento da música pop francesa que encontrou em Sylvie e Françoise Hardy, as representantes mundiais. «A hora tardia não impediu, porém, o assalto do aeroporto, um “bombardeamento” de entusiasmo. Centenas e centenas de jovens estendiam as mãos, sofregamente quando ela surgiu na esperança de um autógrafo, de a tocarem. Gritos, correrias. Afinal, esperança de coisa nenhuma. Aquela barreira de gente era tão espessa que a maior parte nem a chegou a ver.» Foi assim que o Diário de Notícias descreveu o acontecimento, no dia 4 de fevereiro de 1967.
Conhecida por ser descontraída e pouco dada a vedetismos, a estrela não desiludiu, segundo o jornal: «Gentilíssima na sua figura frágil foi avançando, sem uma sombra de aborrecimento. No rosto menineiro a expressão de quem tem já o hábito de manifestações semelhantes mas que suporta com extrema gentileza.» Durante estes dias, dançou-se até altas horas no cine-teatro. Nesse mesmo ano, a 1 de junho, os Beatles lançariam o oitavo álbum, Sargeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que ficaria na história como um dos mais reconhecidos dos fab four.