Unidas e solidárias, as meninas do Instituto Feminino de Educação e Trabalho, em Odivelas, faziam tudo em conjunto. Em conjunto estudavam e criavam uma paisagem de uniformes iguais. Em conjunto comiam, dormiam (eram internas), trocavam confidências. E faziam ginástica, equitação, teatro, esgrima. E tinham natação avançada e de aprendizagem. Como as desta fotografia, tirada em maio de 1926, mostrando as alunas na beira da piscina, com cordas bem atadas à cintura, não fosse dar-se o caso de irem ao fundo antes de darem as primeiras braçadas. Nestas aulas não havia pranchas ou boias, mas tudo se resolvia com boa vontade e o olhar atento «dum cento bem esticado de criadas saloias, monitoras, vigilantes e mestras», segundo noticiava o DN de 24 de maio desse ano, cobrindo a festa anual (a 23) no antigo convento de Odivelas.
«É uma escola modelar, limpa, alegre, cheia de flores e risos frescos de rapariguinhas», elogia o jornalista, encantando com as educandas banhando-se na nova piscina. Isso, e não só: «Deliciosa impressão trouxeram da regência e disciplina do instituto todos quantos visitaram seus dormitórios, arrecadações, salas de trabalhos, salões de ensinança, cozinhas, etc. E da saúde e vida perfeita que lá têm as mocinhas aprendizas – amostras bastantes são a sua alegria, as cores viçosas, espírito despreocupado, boiando em luz, ar limpo, constante primavera abrindo no fundo quieto de seus corações.» Em 2013 a instituição fundiu-se com o Colégio Militar.