Na primeira vez que Johnny Depp se alia a uma campanha de uma marca de cosmética, a escolha recai sobre o mítico Sauvage, da Dior, que regressa dez anos depois. Uma dupla pouco provável mas que funciona na perfeição.
Não é fácil escolher um rosto para um perfume. Mas, quando a marca francesa Dior procurou alguém com um perfil de rebelde, que fosse atraente e másculo ao mesmo tempo, o nome do ator Johnny Depp saltou para o topo da lista.
Parecia uma boa continuidade para Jude Law, Matthew McConaughey ou Alain Delon (o primeiro homem Sauvage, em 1966), todos atores também associados aos perfumes da Dior? Depende. Tendo em conta as personagens que Depp costuma fazer, como Eduardo Mãos de Tesoura, Jack Sparrow, Willy Wonka ou Sweeney Todd… talvez não fosse a escolha óbvia. Mas ele sente-se bem no papel.
O fotógrafo e realizador francês Jean-Baptiste Mondino, responsável pelo vídeo e pelas imagens da campanha, cativou Depp mesmo antes de se conhecerem. «Comecei a investigar sobre o seu percurso e antes de o conhecer já gostava dele. Sei que o Mondino ouviu as minhas sugestões, mas tenho de reconhecer que o mais importante está lá: a valorização da liberdade. Somos ambos muito ciosos da nossa liberdade.»
Uma das razões que o levaram a aceitar este trabalho, garante, foi a mística por trás do perfume. «As novas tecnologias destroem a beleza e a tradição, levando muitos ofícios à extinção. Gosto de ver como técnicas ancestrais conseguem criar uma fragrância. Gosto do mistério de uma essência quando toca a pele, dando novas tonalidades, como se fosse magia, como se fosse arte, como se fosse música.»
No vídeo, Depp aparece a tocar guitarra, uma paixão que o levou a integrar os Hollywood Vampires, com Joe Perry (Aerosmith) e Alice Cooper, cujo primeiro álbum foi lançado em setembro. «Faz sentido que eu me mostre assim. Eu também tenho necessidade dos meus momentos, paixões, liberdade, e a música representa tudo isto. E o vídeo representa o Johnny Depp homem», explica o ator. Um homem bem perfumado.