Segredos do Mosteiro de Lorvão numa app

O Mosteiro de Santa Maria de Lorvão está desde 1910 classificado como monumento nacional

É gratuita e tem áudios em português, inglês, francês e espanhol que guiam os visitantes através da igreja, claustro e centro interpretativo.

Uma aplicação (app) para, a partir do telemóvel, descobrir os segredos do emblemático Mosteiro de Lorvão, no município de Penacova. A ideia da autarquia tornou-se realidade e, desde dezembro, é possível descarregar gratuitamente a app “Mosteiro de Lorvão” (disponível para Android e IOS) e visitar, de forma autónoma, com contexto e ao ritmo que se quiser, a igreja, o claustro, o novo centro interpretativo do monumento e muito mais.

A app disponibiliza textos, imagens e um áudio guia com conteúdos em português, inglês, francês e espanhol. É ali que nos é narrado que, por cima da portaria ficava a enfermaria e, ao lado, a botica, onde eram preparados os medicamentos. Que o claustro era um lugar de meditação e deambulação. Que os religiosos se dedicavam à arte da escritura e iluminura.

Classificado como monumento nacional desde 1910, o Mosteiro de Santa Maria de Lorvão foi um importante espaço religioso e centro de produção de manuscritos iluminados no século XII, servindo depois como mosteiro feminino. Após a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, no século XIX, entrou em declínio. No século XX ainda voltou a ter uso, como hospital psiquiátrico, mas encerrou em 2012.

Álvaro Coimbra, presidente da Câmara de Penacova, sublinha que as novas tecnologias são, cada vez mais, “uma ferramenta muito importantes no turismo, para ajudar a divulgar o património e os monumentos”. Acredita que esta app contribuirá, para atrair visitantes.

“O centro interpretativo trouxe um aumento muito significativo de visitantes, melhorou as condições de visitação do espaço, tem acessibilidade própria para pessoas de mobilidade reduzida, permitiu restaurar dezenas de peças que, de outra forma, estariam praticamente perdidas”, explica Álvaro Coimbra. A intenção é “continuar a melhorar, procurando parcerias com outros museus, para que possam ceder algum espólio que tenha a ver com a história do mosteiro”. E, porque não, um dia levar ali ícones como o Apocalipse de Lorvão e o Livro das Aves, duas “obras importantíssimas” produzidas pelos monges do mosteiro que se encontram atualmente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.