O lançamento do livro de Passos Coelho, o apoio de Ventura e a discrição de Marcelo

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A semana foi de Passos Coelho, o homem que está tão focado em ser o próximo grande vilão de Portugal que até tem um penteado igual ao Lex Luthor do Super-Homem e ao Voldemort do Harry Potter.

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O antigo primeiro-ministro foi apresentar um livro chamado “Identidade e família”. Os autores são uma série de homens que não percebem porque é que há mulheres que usam calças e recusam servir-lhes um brandy quando chegam a casa.

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Passos Coelho fez um discurso cheio de insinuações a convergências com o Chega e bocas a Montenegro. Mas afinal parece que o opositor vai ser um ex-ressabiado que nunca devolveu os CD dos Coldplay.

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Ventura, que também foi ao lançamento, estendeu até a passadeira a apoiar Passos Coelho numa candidatura à Presidência da República. O que Ventura não percebe é que, se isto continuar assim, Passos será presidente mas é do Chega.

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Há que lembrar que Passos é uma espécie de Dr. Frankenstein do monstro político que é Ventura, já que foi este a dar-lhe protagonismo no PSD. E nós, ingénuos, a achar que a sua pior criação era o Miguel Relvas.

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No mesmo lançamento, Passos disse: “Fui fascista imensas vezes, olhando às classificações que me foram atribuídas. Nunca me incomodei muito com isso”. Ainda bem que não se incomoda. Agora escusa é de apoiar livros que incomodam as mulheres dizendo-lhes o que fazer com o corpo e a vida.

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Enquanto todo este circo triste se desenrolava, Montenegro fazia por ver aprovado o seu plano de Governo. O que faz alguma pena, é como ver uma criança fazer-nos um desenho que sabemos que daqui a uns meses vai para o lixo.

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E Marcelo? Bom, Marcelo escolheu de repente passar a ser um tipo discreto. Tão discreto que até condecorou Spínola em segredo este verão. Quem diria que o presidente das selfies afinal ia ser o presidente dos retratos a óleo?

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 14 de abril – número 1664 – da “Notícias Magazine”]