Susana Romana

O debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro e a negação do líder do ADN

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Acabaram os debates, com Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro a engalfinharem-se em direto. Só não houve um deles a argumentar aos berros “olha que o meu pai é polícia!” porque estavam, literalmente, cercados por polícias.

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Pedro Nuno e Montenegro acabaram a falar de Sócrates e de Passos Coelho, numa lógica de quem convidou quem para o quê. Ficou a sensação de que estava a valer tudo: congressos, comícios, patuscadas, baby showers e jantares de grupo com sangria de pacote.

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A audiência média do debate entre os líderes da AD e do PS foi 2,79 milhões. Mas há que lembrar que estava a dar ao mesmo tempo nos três canais. Queria ver se a TVI tivesse arriscado numa repetição do “Inspetor Max” quem é que ganhava.

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O debate decorreu então durante um cerco de uma manifestação de polícias no Capitólio, uma sala de espetáculos na zona do Parque Mayer. Sim, a manif foi ilegal, mas, ao irem para um sítio chamado Capitólio, estavam mesmo a provocar o Guarda Antunes, coitado.

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Jornalistas e comentadores relataram ao DN uma “sensação de sequestro” e referiram também ter sido alvos de ameaças e injúrias. Se calhar é caso para começar a pagar um subsídio de risco aos comentadores, como acontece na PJ.

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Outro debate marcante foi o dos partidos sem assento parlamentar, também conhecido como “o debate dos pequeninos”. Foram dez intervenientes e uma conclusão: temos demasiados partidos que são a versão travel size do Chega.

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O tipo do Ergue-te insistiu em chamar Ponte Salazar à Ponte 25 de Abril, com um ar muito orgulhoso. Também comentou que era, e cito, um lugar com grandes bichas – pelo que a piada faz-se sozinha, vou escusar-vos a isso.

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Já o líder do ADN, que há dois anos negava a pandemia, desta vez nega as alterações climáticas. Nesta demanda contra factos científicos, espera-se que ainda venha a recusar que exista um sistema digestivo, um planeta chamado Neptuno ou pandas.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 25 de fevereiro – número 1657 – da “Notícias Magazine”]