Susana Romana

O regresso às aulas, a carreira dos professores e o plafond para almoços da Câmara de Oeiras

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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A semana que passou foi marcada pelo regresso às aulas um pouco por todo o país. Há cerca de 80 mil alunos sem professores, mas não faz mal: há influencers que cheguem para educar as nossas crianças.

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Ser professor não é uma profissão muito apetecível, sobretudo pela dificuldade em arranjar casa onde se é colocado. Se ao menos fossem peregrinos, podia haver um grande movimento político e social para lhes dar guarida. Agora um professor de físico-química não é exótico que chegue.

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Ter décadas de carreira e mesmo assim ter de alugar quarto numa casa partilhada é uma crueldade. Já não basta aos professores terem de ensinar alunos a fazerem trabalhos de grupo, têm eles próprios de estar em modo trabalho de grupo só para conseguirem tomar duche.

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Mas também houve boas notícias: um autêntico rio de vinho correu nas ruas de Anadia, devido a um acidente na Destilaria Levira. Costa apressou-se logo a dizer que era mais uma medida do Governo para manter os jovens universitários em Portugal.

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Entre as medidas divulgadas pelo PS está “um passe que permitirá ter uma semana na rede das pousadas de juventude”. Assim, os jovens podem durante uma semana fingir que têm habitação própria.

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Não sei se os jovens se deslumbram com pousadas à borla, mas uma coisa é certa: Isaltino Morais garante que não se deslumbra com arroz de lavagante nos almoços de trabalho que já custaram à autarquia mais de 139 mil euros. Aposto que enjoou porque é sempre o que servem às terças no Estabelecimento Prisional da Carregueira.

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Isaltino também aproveitou para explicar que existem diferenças entre o vinho Pêra Manca tinto e o branco, considerando que o segundo (que custa 55 euros a garrafa) “é um vinho banal”, talvez daqueles para temperar rojões. Seja qual for, tinto ou branco, quem fica mesmo Manca é a conta da Câmara de Oeiras.

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Toda a intervenção de Isaltino na reunião da Assembleia Municipal transformou-se num guia Boa Cama Boa Mesa sobre os melhores restaurantes da região, mas o edil garante que geralmente faz o sacrifício de apenas comer uma salada. Calculo é que venha carregada de maionese de safiras.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 17 de setembro – número 1634 – da “Notícias Magazine”]