Susana Romana

O filme da Barbie, o emoji da condenação e a homenagem às vítimas de abuso sexual na Igreja

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Na próxima quinta-feira vão estrear dois dos filmes mais aguardados do ano, mas muito distintos entre si: “Oppenheimer” e “Barbie”. O primeiro é sobre como a oposição vê com negrume o Governo do PS; o segundo é como os socialistas veem a sua própria governação cor-de-rosa.

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O memorial de homenagem às vítimas de abuso sexual na Igreja Católica em Portugal não vai ser apresentado na Jornada Mundial da Juventude, contrariamente ao anunciado, pois “ainda está em estudo”. O estudo está a ser minucioso e são vários capítulos sobre o tema “Quando é que as pessoas se esquecem disto, mesmo?”.

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Os memoriais da Igreja ficam assim reservados para pessoas que fizeram efetivamente milagres, que é como deve ser. Se as pessoas que foram vítimas de abuso querem ser levadas a sério, elas que equacionassem fazer a denúncia em cima de uma oliveira em vez de ligarem para a Comissão Independente.

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A CP está a demorar, em média, três meses a reembolsar passageiros afetados pelas greves. É uma questão de tempo até aparecer o aviso “este reembolso foi suprimido. Pedimos desculpa pelos incómodos causados”.

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Foi revelado um comboio secreto com 22 carruagens que é usado por Putin. O transporte luxuoso tem ginásio privado, máquinas anti-envelhecimento e até um cinema. Digam o que disserem deste homem, é refrescante ver um líder mundial a usar transportes públicos. Aposto que até tem passe.

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A PSP fez uma queixa-crime por causa de um cartoon que mostra um polícia num campo de tiro, apenas a acertar em não-brancos. Mesmo tendo os autores já dito que o mesmo se refere aos acontecimentos em França e não à PSP. Espera-se que também processem o Panda por causa da “Patrulha Pata”, que aquele Marshall só pode ser uma boca a polícias que abanam o rabo.

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Decorreu a cimeira da NATO, com a Ucrânia cada vez mais próxima de entrar. Mas há tensão devido às bombas de fragmentação que os EUA vão fornecer. Essas bombas libertam vários projéteis menores, depois de explodir. Um franchising, no fundo. São as lojas de souvenirs que assolam as Baixas, mas com mais estilhaços e menos imanes.

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Um tribunal no Canadá condenou um agricultor a pagar milhares por não ter cumprido um contrato que terá ficado assinado ao enviar o emoji do polegar para cima. O juiz concluiu que é “a nova realidade da sociedade”. Espero que o agricultor pague em emojis de notinhas a voar, que sendo assim também deve valer.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 16 de julho – número 1625 – da “Notícias Magazine”]