O crescimento de infeções respiratórias

(Foto: Rido/Adobe Stock)

O "Consultório Médico", por Dinis Brito.

É verdade que os casos de covid têm aumentado?
Ana Esteves, pergunta recebida por e-mail

Enquanto se generalizou o pensamento de que a pandemia era coisa do passado, a covid-19 ganhou, entretanto, novo destaque. Embora a variante Ómicron tenha sido a última a ganhar relevo, outras têm dado novo impulso à doença. Exemplo disso são a EG5, também apelidada de Eris (sobretudo esta), e a BA.2.86 também conhecida como Pirola.

Estima-se que a Eris, da família Ómicron, tenha chegado a Portugal em meados de julho, sendo agora dominante e responsável pelo aumento do número de infeções. Entre julho e agosto foi indicado um aumento de 92% de casos de covid-19 em Portugal. Este aumento de infeções respiratórias numa época em que são infrequentes tem sido atribuído à covid-19.

Uma das particularidades desta variante é a sua notável capacidade de disseminação, o que amplia a ameaça de um aumento de casos. Essa é mais uma mutação do SARS-Cov-2, que demonstrou ser bastante hábil em alterar periodicamente a sua estrutura genética, de forma a se tornar mais eficiente no contágio, o que inclui uma melhor capacidade de evitar deteção pelo nosso sistema imunológico. Apesar destes dados, esta nova estirpe não é mais virulenta do que as versões anteriores, não aumentando o risco de doença grave.

A variante Pirola, menos frequente em Portugal, tem gerado maior preocupação pela sua grande capacidade mutagénica, o que lhe poderia conferir maior virulência. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde decidiu classificar a Pirola na categoria de variantes sob vigilância. Contudo, os dados dos últimos estudos sugerem que poderá não ser tão perigosa como fazia crer. De facto, embora seja “radicalmente diferente” da Ómicron, apresentará menor capacidade de infeção.

É importante relembrar que, para prevenir a covid-19, a Direção-Geral da Saúde mantém a aposta em algumas medidas de saúde pública nomeadamente:

– o uso de máscara em situações de maior aglomerados de pessoas onde seja difícil manter o distanciamento;

– a etiqueta respiratória, sobretudo ao tossir ou espirrar;

– a higiene das mãos através da lavagem ou desinfeção;

– a ventilação dos espaços com a abertura de portas e/ou janelas.

Saliento, já que estamos à porta de uma nova campanha de vacinação, a importância de ser vacinado, sobretudo se pertencer a um grupo de maior vulnerabilidade.

Proteja-se!

*A NM tem um espaço para questões dos leitores nas áreas de Direito, Jardinagem, Saúde, Finanças Pessoais, Sustentabilidade e Sexualidade. As perguntas para o Consultório devem ser enviadas para o email [email protected].