Bicicletas de bambu para uma mobilidade mais sustentável

A ideia é dos irmãos Joana e Tiago, economista e designer de produto, respetivamente

Primeiros modelos projetados pelos irmãos Joana e Tiago, a partir da Curia, na Anadia, já rodam no mercado.

As bicicletas de bambu que os irmãos Joana e Tiago Saavedra lançaram, a partir da Curia, Anadia, já circulam de norte a sul do país. Os primeiros modelos da bam•bu bicycles chegaram ao mercado no verão passado e há uma versão elétrica na calha.

Foi na China, onde a economista e o designer de produto estiveram alguns anos, que o potencial do bambu, um material resistente, mas flexível, cativou o par. Os primeiros protótipos surgiram em 2019 e foram testados numa viagem a Santiago de Compostela. Depois a ideia e o negócio cresceram. “Queríamos dar a conhecer que é possível desenvolver produtos estruturais com recurso a fibras e compósitos naturais” e dar também um contributo em prol da mobilidade sustentável, explica Joana Saavedra.

Cada bicicleta é “única” e resulta de um processo meticuloso que combina “habilidades artesanais com materiais naturais”, acrescenta Joana, sublinhando que o facto de “serem de bambu e terem um design apelativo acaba por inspirar pessoas que nunca andaram de bicicleta a experimentarem”.

A jovem empresa, pioneira no design e produção de bicicletas neste material em Portugal, está ainda a dar os primeiros passos. Nesta fase, é Tiago quem constrói os quadros com bambu, fibra de cânhamo e uma resina ecológica e monta depois os restantes componentes (rodas, guiador e selim) que encomendam.

Atualmente existem dois modelos urbanos, a Baga e a Bical, batizadas com nomes de castas de vinho, ou não estivesse este negócio no coração da região vitivinícola da Bairrada. Uma “golden edition”, que tem alguns pormenores distintos, surgiu este ano para dar resposta à solicitação de um cliente.

Entretanto os irmãos desenvolveram o protótipo de uma bicicleta elétrica, que a partir de setembro ficará em teste com um cliente. Perspetiva-se que seja lançada no mercado em 2024.

Para já, a empresa tem-se focado no “setor do turismo” e tem vindo a criar algumas parcerias. A mais recente, com a Happy Trails Portugal, coloca estes veículos em Belém, no centro da capital. Mas há muitas outras a circular em Seia, no Alentejo e noutros pontos do país.

Para além do investimento próprio, de familiares e amigos, o negócio teve o apoio do programa municipal Invest em Anadia e do Tourism Creative Factory do Turismo de Portugal.