As intemporais águas de colónia da Benamôr

A máquina do tempo desta semana destaca um anúncio às águas de colónia da Benamôr.

Houve um tempo em que não havia gel de banho, usava-se sabonete. Em que não havia base, usava-se pó de arroz. Em que poucos produtos estrangeiros entravam no país, restavam por isso os nacionais, cuja qualidade não se questionava.

Proprietária de algumas das receitas cosméticas mais antigas de Portugal, a Benamôr lançou a sua primeira fórmula de beleza em 1925. Um creme de rosto que até a rainha Dona Amélia conquistou.

Viagem no tempo, desde o laboratório do Campo Grande, em Lisboa. Uma casa que é quase centenária. Uma marca que mudou, sem ter deixado de ser ela mesma. Galgou as fronteiras deste retângulo. Reinventou-se. Passou um mau bocado. Foi recuperada. O segredo às vezes é simples: manter-se fiel às raízes.

A Benamôr está adaptada ao Mundo. Com as mesmas embalagens. Vintage, Art déco. Parece um contrassenso, não é. Chama-se marketing.

Quase a chegar à Páscoa, data que nos põe a beleza das flores nos olhos, as cores alegres das toaletes no corpo e os odores primaveris no nariz, pensamos em águas de colónia. Leves, frescas. Rosa, Figo, Laranja. Que cheiram à casa da bisavó. Aos beijinhos repenicados da avó. Aos abraços ternos da mãe. Odores que resistiram, e por isso são também, hoje, do nosso tempo.