Admirável mundo às riscas

Presentes em todas as coleções, são um padrão famoso. Horizontais ou verticais. A prova de que os looks do tempo mais frio podem ter personalidade.

A palavra riscas facilmente nos dá “a ideia mental de um francês”. E isso tem motivo: a camisola breton stripe. “Surgiu em 1858, utilizada pelos marinheiros franceses da Bretanha, às instruções de Napoleão Bonaparte”, explica-nos João Barata, professor de Design de Moda da Universidade Lusófona. Tinham “21 riscas, o número de vitórias do imperador”. Eram, por isso, facilmente reconhecíveis em alto-mar. Antes disso, na Idade Média, eram usadas nos “uniformes dos prisioneiros, como forma depreciativa”. Quem nos diz é a equipa técnica do curso de Design de Moda da Escola de Moda do Porto. Foi Coco Chanel quem “popularizou o uso desta peça ao incorporá-la numa das suas coleções de senhora”. De roupa de prisioneiro a marinheiro, o padrão passou às passarelas como símbolo “do modernismo de Paris”.

“Pablo Picasso também adotou a estética francesa da camisola às riscas”, acrescenta o professor João Barata, por isso se pensa também em pintores. E, falando em pintura, a Equipa da Escola de Moda do Porto destaca a criatividade dos anos 1960. Surgiram “novas interpretações de riscas, que primavam por cores garridas como o rosa, o verde e o azul”. Passaram, ainda, a usar-se em saias e calças. É isso que a estilista Ana Maricato aprecia. “As riscas têm este lado incrível de poderem ser reinventadas das mais variadas formas, sem deixarem de ser atuais.” Seja na clássica camisa ou em calças, t-shirts e cardigans “é um padrão que facilmente se inclui no guarda-roupa do dia a dia”.

“Existem riscas para todos os estilos”, continua. Para “jogar pelo seguro, as navy stripes horizontais ou as verticais finas em branco e azul ou preto” são uma opção. Se prefere arriscar, “opte por riscas em cores bold, é uma mais valia para um look arrojado”. Ana Maricato aconselha, ainda, explorar riscas de espessuras mais grossas (como as rugby stripes) e em diferentes direções. Mas, se não quiser sair do seu registo habitual, pode “apostar em tons terra ou cores suaves para dar um toque de novidade” no look.

Quanto à direção, também pode escolher. Ana Maricato ajuda: “As riscas verticais são conhecidas por alongarem a figura, já as horizontais por achatarem”. Além disso, o vertical “é mais clássico e formal”, como os fatos de risca giz. As horizontais são mais descontraídas, “associadas a um look mais desportivo”, por isso são populares nas camisolas. A certeza é que “as riscas são uma excelente opção para dar um toque de vida aos nossos looks”, finaliza a estilista.

Bershka | Sweatshirt verde às riscas | 27,99 euros
Springfield | Camisa às riscas | 19,99 euros
Stradivarius | Blazer risca giz | 35,99 euros
H&M | Camisola e saia caneladas | 119,99 euros (cada peça)