Susana Romana

A relação entre Marcelo e Costa, a falsificação de análises de água e a medium de Javier Milei

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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As temperaturas desceram bastante esta semana um pouco por todo o país , com uma exceção: uma onda de calor e fúria que se deu no eixo São Bento-Belém. Até dava para apanhar escaldões daqueles de pelar.

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Tal como os afazeres de um Governo de gestão, também a relação entre Marcelo e Costa é só no âmbito do estritamente necessário, com uma boa dose de passivo-agressivo à mistura. Ambos andam a usar os media para aquele esquema amuado de “olha, diz lá à tua amiga”.

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Costa afastou ser candidato a cargos na União Europeia enquanto decorrer a investigação no Supremo Tribunal de Justiça. Espero que isso não inclua candidatar-se à Eurovisão. Faria um lindo tema de dor de corno sobre o Ministério Público.

4

Javier Milei, presidente eleito da Argentina, diz que usa uma medium para se aconselhar com os seus animais já falecidos. Será que Ventura também pede ajuda à sua coelha Acácia, que morreu em 2022? É que Montenegro também é obrigado a conviver politicamente com o fantasma de um Coelho.

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Tiago Mayan Gonçalves, fundador da IL e ex-candidato do partido a Belém, congratulou a eleição do ultraliberal Milei, causando desconforto no partido. Mayan é o tio maluco à mesa de Natal, a dizer coisas inconvenientes e a ser ignorado para não o atiçar ainda mais. Está aqui está a chamar gorda à prima e a dizer que Portugal devia aderir ao dólar e ao comércio de órgãos.

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A PJ deteve 20 suspeitos por falsificação de análises de água para consumo humano, que pode resultar em riscos graves para a saúde pública. É agora que começa a campanha “evite copos de água, avance logo para copos de bagaço”. Deixam logo tudo desinfetado.

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Além disso, 28 pessoas foram detidas numa operação contra o tráfico de seres humanos no Baixo Alentejo, nomeadamente para exploração laboral na agricultura. Em vez das embalagens dos mirtilos ou do agrião dizerem se são bio, deviam dizer que foram ou não colhidas por alguém que dormia no chão com mais 20 desgraçados.

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Os 22 ministros do novo Governo de Espanha, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, tomaram posse, quatro meses depois das eleições de 23 de julho. É melhor não nos rirmos desta instabilidade, mas antes tirar apontamentos para o que nos vai acontecer lá para março.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 26 de novembro – número 1644 – da “Notícias Magazine”]