A dançarina exótica Mata Hari foi fuzilada na França

Mata Hari morreu aos 41 anos, e o seu corpo foi depois doado para a medicina

A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana recorda o fuzilamento de Mata Hari acusada de espionagem.

No início do século XX, uma figura misteriosa e cativante surgiu nos palcos da Europa: Mata Hari, nome artístico da holandesa Margaretha Geertruida Zelle, que aos 18 anos se casou com o capitão John McLeod e se mudou para as Índias Ocidentais Holandesas. No entanto, o casamento marcado por abusos e tragédias deixou marcas e acabaram por se divorciar.

Em 1903, Margaretha reinventa-se em Paris como Mata Hari, uma dançarina exótica, conquistando fama e admiradores entre a elite europeia. Com trajes reveladores, apresentava-se com seda transparente, biquínis bordados de joias e ornamentos, adotando a persona de uma nativa das Índias Holandesas. No entanto, o sucesso começou a declinar em 1912. No início de 1914 ainda se apresentou no maior casino de Berlim. Porém, em agosto, com o desenrolar da Primeira Guerra Mundial, Mata Hari voltou para a Holanda, passando a viver discretamente em Amesterdão.

Conta-se que, em maio de 1916, foi procurada por Karl Kramer, adido da imprensa da embaixada alemã em Haia, na Holanda, que lhe terá passado pequenas tarefas para ela executar em Paris. A oferta do agente secreto ter-lhe-á rendido 20 mil francos. De volta a Paris, com o nome de código H-21, Mata Hari poderá ter entrado para a lista dos colaboradores do Serviço Secreto Alemão. Nesse período, virou cortesã, tendo como amantes diversos oficiais e políticos influentes. Além de livre passagem por diversos países durante a guerra, o que levantou suspeitas do Governo francês.

Em 1917, Mata Hari foi levada para a prisão de mulheres em Saint-Lazane, e interrogada durante meses. Nada foi provado, mas foi descoberto o pagamento dos 20 mil francos pelo agente alemão. A punição pela espionagem era a pena de morte. A 15 de outubro de 1917, foi levada para um bosque em Vincennes, nos arredores de Paris, para ser executada. Depois de recusar a venda nos olhos, terá dito: “Tenho orgulho do meu passado. Não fui espiã, fui Mata Hari”.

Morreu assim, aos 41 anos, e o seu corpo foi depois doado para a medicina.

Ainda hoje há dúvidas de que Mata Hari tenha realmente sido uma espiã.