22 de janeiro de 1506: o dia em que nasceu o mais pequeno exército do Mundo

(Photo by Ludovic MARIN / AFP)

Está ao serviço do Estado mais pequeno do Mundo, o Vaticano.

A história do exército mais pequeno do Mundo ao serviço do Estado mais pequeno do Mundo começou a 22 de janeiro de 1506, quando 150 nobres suíços, “os melhores e mais corajosos”, chegaram ao Vaticano, vindos dos cantões de Zurique, Uri, Unterwalden e Lucerna, sob o comando do capitão Kaspar von Silenen. Atravessaram a Porta do Povo, em direção ao Papa Júlio II, que lhes tinha solicitado proteção, três anos antes, depois de ficar fascinado com a guarda pessoal do rei francês. O Papa benzeu-os e o contingente entrou imediatamente ao serviço.

Na verdade, não passavam de mercenários, que combatiam por diversas potências europeias entre os séculos XV e XIX, em troca de exorbitantes pagamentos. Mas o Sumo Pontífice ficou tão satisfeito com o seu profissionalismo que, no ano seguinte, encomendou mais 150 homens. Hoje, só servem o Vaticano. Hoje, é o único grupo de soldados particulares que a lei suíça aceita.

(Photo by Ludovic MARIN / AFP)

Em latim, chamam-lhe Pontificia Cohors Helvetica. E dela apenas podem fazer parte homens de robusta constituição física, com um mínimo de 1,74 metros de altura, católicos, entre 18 e 30 anos, e não casados (a não ser que sejam cabos, sargentos e oficiais).

Atualmente, são 134. E dão nas vistas. Pela fisionomia e pela indumentária. Fardas de malha e cetim azul-real, amarelo-ouro e vermelho-sangue. Capacetes, polainas e lanças. Embora, desde o atentado ao Papa João Paulo II, em 1981, usem também armas de fogo. A sua língua oficial é o alemão. O seu lema é “Com coragem e fidelidade”.

Há precisamente 517 anos, quando os viu, o Papa terá dito: “Eis que recebemos de braços abertos os defensores da liberdade da Igreja!”. Até hoje.

O Papa Francisco ao lado de um guarda suíço (Photo by Tiziana FABI / AFP)