Pacote energético: os preços engordam e a carteira emagrece

João Pedro Matos Fernandes, ministro do ambiente e da ação climática

As subidas no preço do gás e da eletricidade não são de agora, mas a invasão russa à Ucrânia deixa a situação ainda mais delicada. Fatores como a seca severa e a menor produção por fontes sustentáveis também influenciam esta corda bamba.

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euros por megawatt/hora é o preço recorde a que chegou o gás natural esta semana, naquele que é considerado um novo máximo histórico. Durante a última década, o gás natural cotou entre 15 e 25 euros por megawatt/hora.

Sobe o gás, sobe a eletricidade
Tal como o gás, a eletricidade também bateu recordes históricos e só desde a invasão da Ucrânia os preços em Portugal dispararam 115%. 542,78 euros por megawatt/hora foi o valor agora atingido, que nunca antes tinha ultrapassado os 500.

“No dia em que houver um embargo à energia vinda da Rússia, a Europa vai sofrer um forte abanão, Portugal não vai sofrer nada, vai é reforçar a capacidade que tem de, pelo menos em parte, substituir esse mesmo abanão, podendo utilizar Sines como uma plataforma”
João Pedro Matos Fernandes
Ministro do Ambiente e da Ação Climática

As reações europeias
Perante a subida de preços e a incerteza de como continuarão a flutuar esses valores, a Comissão Europeia apresentou medidas aos Estados-membros para que estes possam “regular os preços perante circunstâncias excecionais”.

O fator Rússia
Apesar de haver outros fatores que justificam os elevados preços do gás, como a seca severa, a menor produção das barragens e das eólicas, o aumento das licenças de CO2 e até o aumento do preço do petróleo, a Rússia tem sido um fator-chave. Como principal exportador de gás natural para a Europa, o país liderado por Putin é responsável pelo abastecimento de 40% do gás europeu.