Olena Zelenska: dama de espada

Olena Zelenska é primeira-dama da Ucrânia

Opositora da candidatura de Zelensky à Presidência da Ucrânia, perante o facto consumado não vacilou no apoio ao marido. Muito menos em dias de guerra, muito menos sabendo a família alvo prioritário de Putin. Têmpera, descreve a imprensa.

Alice, de oito anos, morta nas ruas de Okhtyrka, diante do olhar impotente do avô. Polina, assassinada em Kiev, a cidade que a vira nascer. Arseniy, de 14, ferido de morte por destroços provocados pelo invasor. Três símbolos, três nomes de guerra convocados por Olena Zelenska numa carta aberta aos media de todo o Mundo. “Quando a Rússia diz que não está a travar uma guerra contra civis, invoco os nomes das crianças assassinadas.” Setenta e uma, após o ataque à maternidade de Mariupol, anunciou.

Opositora da candidatura de Volodymyr Zelensky à Presidência da Ucrânia, perante o facto consumado não vacilou no apoio ao marido. Muito menos em dias de guerra, muito menos sabendo a família alvo prioritário de Putin. Têmpera, descreve a imprensa. “Não vou entrar em pânico nem soltar lágrimas. Vou manter-me calma e confiante. Os meus filhos admiram-me e estarei lá por eles. E pelo meu marido e convosco.”

Em 2019, hesitou em assumir o papel de primeira-dama. Licenciada em Arquitetura, ganhara reconhecimento como produtora e guionista, colaborando com o marido na fundação do Kvartal 95 Studio e na escrita de performances de stand-up para o programa de comédia da KVN. “Mas há responsabilidades que não podem ser transferidas”, reconheceu, assumindo o lugar.

Destaca-se na defesa dos direitos das mulheres. Na prevenção e combate à violência doméstica e de género – “Foi o problema de saúde número dois, duplicando após o início da pandemia”, disse em entrevista ao “Diplomatic Courier”.

A 10 de dezembro de 2019, iniciou a adesão da Ucrânia à Parceria Internacional Biarritz para a igualdade de género. Com sucesso. A favor da inclusão, desenvolveu apoio ativo à diferença e a programas destinados aos atletas paralímpicos ucranianos.

Mãe de Oleksandra e Kyrylo, de 16 e nove anos, assumiu a liderança no ensino, esforços destinados a “derrubar as barreiras para as raparigas na educação da ciência, da tecnologia, da engenharia e das matemáticas”. Promoveu um programa para a melhoria do sistema de nutrição escolar no âmbito da Estratégia Nacional para um ambiente escolar seguro.

Produtora e guionista, estabeleceu uma estratégia de diplomacia cultural, elaborando um plano para a inclusão de língua na oferta cultural da Europa – por iniciativa de Olena, sete audioguias em ucraniano foram lançados em museus na Áustria, na Letónia, no Azerbaijão e na Turquia. Seguem-se museus em Montenegro, Itália, Lituânia, França, Reino Unido, Vaticano, Israel e Alemanha.

Olena Kiyashko (nome de solteira) e Volodymyr Zelensky nasceram na cidade de Kryvyi Rih, região de Dnipropetrovsk. Estudaram na mesma escola. Ele apaixonou-se por ela na faculdade. Cortejou-a discretamente, e com pouco sucesso, durante oito anos. Finalmente, conseguiu propor-se.

Olena e Volodymyr casaram em 2003. Dois anos depois, nasceu Oleksandra. Em 21 de janeiro de 2013, Kyrylo.

A 16 de fevereiro, celebrava ao lado do marido o dia da Unidade da Ucrânia. No Instagram, a invocação das cores da bandeira. Sorrindo, ela de amarelo, ele de camisa de ganga azul, em modo casual, lançam um repto aos concidadãos: unidade na diversidade. A última fotografia conhecida do casal antes da guerra. Uma semana depois, os ucranianos responderam ao postal de uma vida que parece já tão longínqua com um grito de ordem: “Slava Ukraini”.

Olena Volodymyrivna Zelenska
Cargo:
primeira-dama da Ucrânia
Nascimento: 06/02/1978 (44 anos)
Nacionalidade: Ucraniana