Botão de punho: da realeza para as tradições

A Revolução Industrial alargou o leque de utilizadores dos botões de punho (Foto: Freepik)

Símbolo de riqueza e poder, o botão de punho foi variando o sistema, mas mantendo o prestígio. Hoje, serve de presente em momentos especiais.

Os botões de punho têm a sua história lado a lado com a da peça de roupa para a qual foram pensados. Quando as camisas passaram de roupa interior a peça visível, surgiu a necessidade de arranjar um método que unisse os punhos e as primeiras soluções passaram por utilizar fita ou corda. Mas a classe alta procurava um método mais elegante. Os alfaiates desenvolveram então um sistema no qual dois botões, um de cada lado, eram ligados por uma corrente – chamavam-se “botões de manga”.

Aproveitando a popularidade do novo acessório, os joalheiros começaram a prestar mais atenção aos botões de manga, criando-os quase como peças de arte utilizáveis, feitas em prata ou ouro, com pedras preciosas ou desenhos estampados. E assim nasceu o botão de punho.

A realeza e a aristocracia foram os maiores promotores do acessório, desde aí associado a riqueza, poder e prestígio. Para os reis, os pares de botões eram muitas vezes pintados com a figura de entes queridos ou de notáveis, como forma de homenagem e de individualidade. Já à época, os botões de punho eram guardados para ocasiões e eventos especiais, tradição que se mantém até hoje, seja para oferecer em casamentos ou em cerimónias de graduação.

A Revolução Industrial alargou o leque de utilizadores da peça, por permitir uma produção de baixo custo, mas essa foi também uma época difícil para o objeto: os fabricantes de camisas começaram a produzir peças com botões incorporados e os botões de punho tiveram de se reinventar. Surgiram sistemas com hastes e fixadores com grampos, mais fáceis de fechar, mantendo, assim, a peça em uso até aos dias de hoje.

Os botões de punho, datados do século XVII, criados exclusivamente para celebrar o casamento entre Carlos II, de Inglaterra, e Catarina de Bragança