16 de outubro de 1962. O dia em que a “Crise dos Mísseis de Cuba” pôs o Planeta em alerta

Kennedy e Khruschev, em Viena, em 1961

A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana destaca a “Crise dos Mísseis de Cuba.

16 de outubro de 1962.

Quando a paz mundial já se encontrava ameaçada pela polarização entre os blocos comunista (ex-URSS) e capitalista (EUA), o episódio, que ficou conhecido como a “Crise dos Mísseis de Cuba” pôs o Planeta em alerta. No rescaldo da revolução de 1959, que derrubou o ditador cubano Fulgêncio Batista – e após o fracasso americano na invasão da Baía dos Porcos, em 1961 -, o governo de Fidel Castro alinhou-se com o líder soviético, Nikita Khrushchev, a fim de provar a sua capacidade bélica.

Kennedy dirigiu-se aos americanos em rede nacional. Anunciou um bloqueio naval à ilha e que o país estava preparado para usar a sua força militar. A Guerra Fria nunca se sentiu tão quente. Diante da tensão, Nikita Khrushchev dispôs-se a retirar os mísseis de Cuba. Em troca os EUA não invadiriam a ilha. Secretamente, a Administração Kennedy comprometeu-se ainda a retirar os mísseis que havia instalado na Turquia (apontados para Moscovo).

Regresso ao presente. A Rússia tem ameaçado, reiteradamente, usar armas nucleares, biológicas e químicas na Ucrânia e contra quem a apoie. Há dias, o presidente dos EUA, Joe Biden, pronunciou-se: “Não enfrentamos a perspetiva do Armagedão* desde a crise dos mísseis cubanos”. Passaram, precisamente, 60 anos desde esse episódio. Morreu Fidel, morreu Kennedy, morreu Khrushchev. Mas o Mundo continua a viver, todos os dias, a incerteza do amanhã.

* Batalha final entre as forças do Bem e do Mal, segundo o “Livro do Apocalipse”