Susana Romana

André Ventura, Rui Rio, as máscaras e o Carnaval

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Faz uma semana que Portugal foi a eleições. Os resultados já foram analisados exaustivamente, mas sinto que se deu pouca importância ao facto de Tino de Rans ter perdido em Rans. Se ele quiser vir para a minha freguesia ser Tino de Avenidas Novas, tenho sofá-cama.

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O meu momento preferido da noite foi a comédia romântica entre Rui Rio e André Ventura. Estamos naquela fase fofa do filme na qual já todos percebemos que estão apaixonados, mas há equívocos que não os deixam assumir o seu amor. Suspeito que vai acabar com Rui Rio a correr pelo aeroporto para dizer a André Ventura que o ama. Mas calma, Ventura está no aeroporto só para mandar emigrantes lá para a terra deles.

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Analistas dizem que estes resultados mostram, sobretudo, um povo descontente com os seus políticos. Eu percebo, juro que sim. Mas eu também estou descontente com a minha ginecologista e não é por isso que vou começar a fazer papanicolaus com um talhante.

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Entretanto, Marcelo já deu a entender que quer que as escolas fiquem fechadas até ao Carnaval, pelo menos. Depois de tantas indústrias destruídas pela pandemia, agora nem os fabricantes de disfarces de náilon inflamáveis da Lady Bug se vão safar.

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Portanto, os 15 dias com os miúdos em casa serão, pelo menos, um mês. Eu sinto em relação a estes confinamentos familiares o mesmo que sinto com os filmes do “Fast and furious – Velocidade furiosa”, que é “como assim, agora há outro? Esta saga não tinha acabado?”.

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Existe a hipótese ainda de as aulas regressarem com testes covid a professores e alunos. De certeza que, ao ouvir falar em testes, já há alunos a tentarem perceber como se metem cábulas nas narinas.

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E agora ainda há o stresse das máscaras sociais que andamos a usar há quase um ano. De repente, parece que têm a mesma eficácia daquelas pessoas que colocam uma camada de papel higiénico no tampo das sanitas das casas de banho públicas das estações de serviço: nenhuma.

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Para já, a DGS não muda as recomendações sobre máscaras e realça que o que importa é a utilização correta. E tem razão, porque eu já vi pessoas com máscaras cirúrgicas de uso único tão reutilizadas que até tinham borbotos.