Susana Romana

A detenção de Manuel Pinho, Rui Rio e o pijama de Rendeiro

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Começou no sábado a vacinação contra a covid de crianças dos 5 aos 11 no território continental. Muitos centros estão a optar por ter desenhos animados e autocolantes para os petizes. Mas se calhar também deviam ter uns valium e um bagacinho para os pais mais inquietos.

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E por falar em inquieto: João Rendeiro talvez esteja arrependido de ter escolhido a África do Sul para fugir. É que as prisões por lá são mais, digamos, desafiantes. E Rendeiro depressa ficou mais assustado do que daquela vez que estava no brunch do Ritz e acabou o sashimi. #qu’horror #credo

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Como foi amplamente divulgado, Rendeiro foi preso de pijama. Acho mal. Eu até para receber os senhores da Uber Eats meto uma roupa, que fará para receber a PJ.

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O tal pijama, pelos vistos, vinha da primeira classe da Qatar Airlines. O que só prova a minha teoria de que os homens nunca, mas nunca, compram pijamas. Esperam sempre que sejam oferecidos.

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Aconteceram várias coisas quando Rendeiro estava para ser ouvido num tribunal da África do Sul, nomeadamente ter faltado a luz. Não devia ter sido problema. Rendeiro estava habituado à penumbra, sempre com aquelas cortinas pesadonas fechadas.

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Rui Rio veio logo considerar que a detenção de Rendeiro foi feita num timing que favorece o Governo – e que o diretor da PJ está a beneficiar o PS. Eu até vou mais longe: eles deixaram o Rendeiro fugir já a contar que a Assembleia podia ser dissolvida. Muito precavidos.

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Outro caso muito na berlinda foi a detenção do ex-ministro Manuel Pinho, acusado de crimes de fraude no caso EDP. Recordo que foi despedido do Governo de Sócrates por não saber onde meter os dedos indicadores. Muito antes de saber muito bem onde queria meter dinheiro que não era dele.

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Pinho mora em Alicante, daí o juiz temer o perigo de fuga. Um tipo já nem pode ser grande fã de torrões em paz, sinceramente. Nem fã de torrar dinheiro, pronto.