O que nos faz engordar no verão?

Entre gelados, aperitivos ou bebidas frescas, o verão é farto em armadilhas – alimentares e comportamentais – que contrariam o desejo de perder peso. Quais são os vilões do tempo quente?

Tentações, falsos amigos e doces indulgências que fazemos a nós mesmos quando o calor aperta. Esses são os principais inimigos da linha no verão.

Só para começar: saladas e frutas. O problema não está nos vegetais e frutas cruas – que são alimentos equilibrados e que devemos consumir diariamente em doses generosas. Está no que fazemos com eles. Quem não prefere encher a salada de maionese ou afogar os morangos em natas batidas? É um erro de principiante ao qual acabamos por ceder, com mais ou menos consciência do descalabro calórico. Uma colher de sopa de maionese tem cerca de cem calorias, numa salada facilmente coloca duas colheres, isso faz que suba em cerca de 33 por cento o valor calórico de um almoço ou jantar – considerando uma média equilibrada de 600 calorias para cada uma destas refeições. O mesmo para os morangos com natas ou com açúcar. O morango é uma fruta pouco calórica (cerca de 40 calorias por cada cem gramas), mas cem gramas de chantilly correspondem a 250 calorias (ou mais, depende da quantidade de açúcar adicionada). Por isso, use e abuse da fruta e dos legumes crus, mas não sabote tudo acrescentando o quádruplo das calorias.

Depois, há uma coisa que toda a gente faz mais no verão do que no inverno: beber um copo. E este pode ser o inimigo número dois da linha: o álcool. Imperiais na esplanada ao fim do dia, um jarro de sangria ao almoço na praia, um copo de gin no bar à noite. A dita barriga de cerveja é um mito, mas isto não é: o álcool tem calorias. O Rethinking Drinking (um programa do National Institutes of Health norte-americano) fez as contas: uma imperial, 153 calorias; um copo de vinho branco, 121 calorias; um copo de tinto, 125 calorias. Se prefere cocktails conte com cerca de 490 calorias por uma Piña Colada, por exemplo. O mesmo que uma refeição.

Se está a amaldiçoar estas contas e a dizer para si mesmo «Era o que faltava, nem um copo poder beber nas férias!», saiba que está perante o terceiro problema: a autoindulgência associada ao período de férias. É ela que lhe permite todos os excessos, que justifica todas as facadinhas na dieta, porque merece, porque está de férias, porque as férias são só uma vez ou duas por ano. Isso é tudo verdade. Mas note também que 15 dias na praia com duas Piña Coladas por dia não o vão pôr mais magro. Outro consumo de verão que não deve passar ao lado são os gelados. São frescos, sabem bem e são quase todos bastante calóricos. Sobretudo se a base for de leite e natas. Se quiser ficar mais informado sobre as calorias dos tipos de gelado que consome pode recorrer ao site fatsecret.pt que contabiliza as calorias por marca, sabor e tipo de produto.

Além de tudo isto, os dias são mais compridos, provavelmente deita-se mais tarde, e é presumível que mais tempo acordado equivalha a mais uma refeição antes de ir para a cama. Escolha-a bem, optando por alimentos saciantes mas pouco calóricos como um iogurte natural ou uma peça de fruta. E não fará mal perceber bem antes se tem mesmo fome ou sede – as duas sensações podem confundir-se. Beba um copo de água e espere cinco minutos para ver se a sensação persiste ou desaparece.

Por fim, boas notícias para os apreciadores de tremoços e caracóis. Os tremoços são relativamente pouco calóricos (cerca de 120 calorias por cada 100 gramas) têm fibras e proteínas e pouca gordura. O único contra é o excesso de sal, que pode aligeirar se os passar por água. Já os caracóis são igualmente pouco calóricos (cerca de 95 calorias por cada 100 gramas), já que o principal constituinte é água e são pobres em gorduras.

3 LIVROS PARA SE INSPIRAR NAS RECEITAS

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111 Receitas de Verão, Colecção Receitas da Avó Rosalina, Publicações Europa-América. Comida de Verão, Rita Malvar Magalhães, Manuscrito Editora.
Corpo de Verão o Ano Inteiro, Ana Bravo, Ed. Arena PT.