Texto de Filomena Abreu
Fazer parte de uma missão espacial não é para qualquer um. À partida, todos nós diríamos que gostávamos de saber como é ser astronauta. Mas parece que nem tudo é um mar de rosas. Exposição à radiação, longas temporadas sem ver amigos e família e alterações no organismo, são só alguns dos problemas que podem afetar quem vai ao espaço. Por isso, a NASA está a ponderar incluir comediantes na viagem a Marte, de forma a tornar a viagem menos stressante.
O professor Jeffrey Johnson, um dos assessores da agência, estudou algumas expedições à Antártida e quatro grupos de pessoas que participaram do Human Exploration Research Analog – um projeto que hospeda voluntários num laboratório projetado para replicar o isolamento das missões espaciais.
As conclusões foram claras: é “crucial” enviar um comediante para Marte. “Os grupos funcionam melhor quando têm alguém que assume o papel de palhaço do grupo”, disse no Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, justificando que “essas pessoas têm a capacidade de reunir o grupo e de eliminar as tensões, melhorando o moral da equipa”.
Jeffrey recorda ainda que os “engraçadinhos” estão dispostos a fazer coisas que outros não fariam para alcançar a paz do grupo, tal como não se importar de ser o alvo das piadas e brincadeiras, sem que isso afete a sua autoestima. Algo que alivia o provável desgaste das relações e o acumular de tensões, tão naturais quando se vive ou trabalha muito tempo em espaços confinados, como é o caso de uma missão espacial. Se essa situação se verificar, poderá haver um casting de humoristas para a missão ao planeta vermelho.