Texto de Filipa Neto
Tudo começou há quatro anos, quando a americana Kamaria Warren percebeu que não se identificava com os anúncios de marcas que lhe chegavam através da televisão. A partir desse momento, sentiu que podia marcar a diferença e começou um negócio com a mãe, com produtos que representassem verdadeiramente todas as raparigas negras.
Atualmente com dez anos, a menina define-se como uma “Mini CEO” da companhia Brown Girls’ Stationery, que produz materiais escolares e não só. Direcionados para meninas negras, são vendidos cadernos, mochilas, guarda-chuvas e até mesmo cortinas de banho.
Os produtos ostentam desenhos de meninas negras, inclusive com vitiligo (doença crónica caracterizada por áreas de despigmentação da pele) e em cadeiras de rodas. Saídos da imaginação de Kamaria e convertidos em ilustrações, os desenhos têm como objetivo evidenciar as meninas “diferentes” que, normalmente, não são representadas em produtos de marcas viradas para o grande público.
A partir de casa, em Atlanta, a menina encarrega-se dos esboços de cada produto, e a mãe trata de os enviar ao ilustrador. As vendas são feitas através da plataforma digital da Brown Girls Stationery. Os pedidos chegam dos EUA mas também do Canadá, Alemanha e Austrália. As vendas vêm aumentando, e Kamaria tem sido convidada por várias escolas americanas a contar a sua história e, dessa forma, inspirar outras crianças sobre a importância do espírito empresarial.