Esta semana, nas entrevistas que nunca fiz, tenho comigo Rafael Esteves Martins, o assessor da deputada Joacine Katar Moreira, que deu que falar ao entrar de saia no parlamento. Tenho que lhe confessar que fiquei de boca aberta, não fazia ideia que os deputados tinham assessores.
E a saia, não ficou chocado com a saia?
Não, tinha as bainhas bem feitas e tudo. Só não gostei das meias. Davam-lhe ar de escuteiro e eu sou alérgico a escuteiros.
Eu era para ter ido com umas parecidas com as da Pipi das Meias Altas, mas só encontrei uma.
Um dia destes o Livre vai ter de se dedicar à problemática das meias que desaparecem.
Diga-me, aqui entre nós, costuma andar de saia ou aquilo foi só para chamar à atenção?
Nem uma coisa nem outra. Como nós no Livre somos feministas radicais não arranjei ninguém que me passasse as calças a ferro. Pedi uma saia à Joacine. Era isso ou ia com os meus calções do Benfica e de chuteiras. Mas já há demasiada mistura entre a política e o futebol.
Mas deve ser complicado andar de saia na rua.
Nem por isso.
Há sempre taxistas que gostam de mandar bocas. Do género: “Ó boa, fazia-te um pijama de cuspo”.
Já estou habituado a piropos porque ando muitas vezes com a Joacine.
Não tem receio que com esse tipo de polémicas esvazie um bocado as ideias do Livre? É que depois, em vez de serem falados no Expresso da Meia-Noite, acabam por ser tema do programa Passadeira Vermelha.
Nós somos um partido sério. As ideias do Livre estão bem definidas neste nosso programa eleitoral que está aqui neste caderno da Hello Kitty.
Pois. Parecendo que não, realmente vocês vieram mexer com a política portuguesa. Primeiro foi a polémica com a bandeira da Guiné-Bissau, depois a gaguez da Joacine e agora a saia. Numa semana deram mais que falar que o deputado madeirense José Manuel Coelho.
Mas esse já foi de cuecas para a Assembleia Regional. E uma vez levou uma bandeira nazi.
Pois, nisso já se antecipou ao André Ventura. Já chegaram a consenso sobre o tempo que vão dar à Joacine para falar?
Nós esperamos, sinceramente, que lhe seja dado mais tempo, a gaguez não pode ser um entrave para podermos expressar as nossas ideias.
Eu tenho um certo receio que o Ferro Rodrigues comece a acabar as frases da Joacine porque, por vezes, nós já percebemos o que ela vai dizer mas temos que ficar ali à espera que ela acabe.
Mas isso é um bocado como o Jerónimo de Sousa. Nós já sabemos o que ele vai dizer antes de começar, mas temos que o ouvir até ao fim.