Texto de Sara Costa e Sena
Sabia que os homens demoram mais tempo a dizer adeus aos pelos do que as mulheres? E que esse processo leva, em média, dois anos?
A depilação a laser é um dos tratamentos mais procurados da medicina estética, com destaque para a Alexandrite, ND:YAG e Díodo.
Na Laser Clinic, no Porto, Pedro Santos, médico especializado em medicina estética e laser, afirma que “é errado chamar depilação definitiva, pois é necessário fazer manutenção para que os pelos não reapareçam”. A expressão mais adequada, propõe ele, será depilação permanente.
O laser Alexandrite, que tem uma pedra no equipamento que se chama alexandrina e que dá origem ao nome, é o ideal para peles mais claras. A forma de atuação do equipamento permite que a luz incida no pelo e o reconheça através da melanina que ele possui.
É por isso correto dizer que, em teoria, quanto mais clara for a pele e mais escuro o pelo, mais eficaz será o tratamento de depilação. Todavia, existem comprimentos de ondas térmicas distintos para abranger todos os tipos de tez.
Se tem uma pele mais escura, o método mais adequado será o Neodímio YAG (Nd:YAG). Além de reconhecer o pelo pela melanina, esta fotodepilação também o identifica através do suporte de sangue existente – se a pele é escura e o pelo também, terá que haver um fator adicional que leve o equipamento a reconhecer onde deve atuar e não queime a pele.
Em termos de eficácia, pode-se dizer que o Alexandrite anda entre os 90 e os 96%, e o Nd:YAG entre 80 e 84%.
Os homens e o fator testosterona
A relação entre eficácia e número de sessões não é linear. Não é possível indicar o número específico de sessões que terminará com o incómodo dos pelos. Sabe-se sim que, por razões hormonais, os homens normalmente terão um plano de tratamento mais alargado, porque até aos 50 anos a testosterona é a grande motivadora do aparecimento de pelos.
Contudo, independentemente do seu género, poderá ter que fazer uma sessão de manutenção anual. Isto acontece porque os ciclos de crescimento do pelo diferem de pessoa para pessoa e de local a depilar. Mais superficiais, os pelos do buço ou das axilas demoram menos tempo a desaparecer (no máximo seis sessões) do que nas pernas, costas ou virilhas.
Numa pele escura podem ser necessárias uma ou duas sessões adicionais para obter os mesmos resultados. No entanto, “os tratamentos deverão ser sempre personalizados, tal como em todos os tratamentos de estética”, remata Pedro Santos.
As sessões não devem acontecer com “tempos programados”. Um profissional de saúde “sabe interpretar o ciclo de crescimento do pelo se avaliar o paciente previa e adequadamente”, sustenta Joana Matos, enfermeira responsável pela Balance Clinic, em Santo Tirso, também especializada na área da medicina estética.
“Optamos por uma tecnologia muito recente que abrange os três lasers em apenas um só pulsar”, sublinha. Neste caso, além dos dois tipos acima referidos, acresce o laser Díodo, que pode trazer vários benefícios ao paciente. Neste tipo de equipamentos, o manípulo comporta três tipos de luz, em que cada uma identifica o seu tipo específico de pelo.
Mas não se imagine que esta máquina é mais inteligente do que as restantes. Basta seguir o raciocínio descrito para os outros lasers e acrescentar que o Díodo tem um sistema que transmite às células responsáveis pelo crescimento do pelo a “ordem” para que cessem as suas funções.
“Ao juntarmos os três tipos [de laser] num só equipamento, conseguimos eliminar todos os tipos de pelo independentemente da cor, espessura e profundidade”, conclui a profissional.
Depilação sem dor não existe
Tal como na Laser Clinic, há métodos para reduzir o desconforto dos pacientes, mas os profissionais vincam que “depilação sem dor não existe”. Atualmente, a dor é menor porque se recorre a jatos de gás ou ar frio, ambos com temperaturas a rondar os 20 graus negativas. Há ainda sistemas de refrigeração dos próprios manípulos em contacto com a pele que possibilitam arrefecer e “anestesiar” a zona a tratar.
Como escolher quem faz o tratamento? “Apesar de existirem inúmeras máquinas de laser Díodo, importa perceber se as marcas são de confiança pois, tratando-se de um laser composto por um chip, é mais fácil de ser imitado e, no caso de ser, os resultados não são tão positivos. Já os outros lasers são mais difíceis de imitar”, alerta Pedro Santos.
As precauções não devem ficar por aqui. Se estiver a tomar antibióticos ou anti-inflamatórios, informe o profissional para que haja uma adequação do tratamento. Há medicamentos que promovem a fotossensibilidade da pele e que podem originar efeitos adversos.
Se sofre de herpes, tem feridas, possui tatuagens no local a tratar ou é portador de doenças autoimunes como lúpus ou esclerodermia, não deverá submeter-se a tratamentos de depilação definitiva.
No Porto, os preços começam nos 14,90 euros, podendo ir até aos 74,90 euros em função das zonas do corpo. Já em Santo Tirso, é possível fazer depilação entre os 9,90 e os 49,90 euros.