Como são batizados os furacões

Texto de Ana Sofia Reis

Enquanto nos Estados Unidos da América se preparam para a chegada de uma das mais intensas tempestades a atingir a costa leste, o furacão Florence; nos Açores, também se está a aproximar o furacão Helene, uma tempestade tropical que passará por todas as ilhas do arquipélago. Há um objetivo no uso de nomes humanos, em vez de termos técnicos: evitar a confusão e fazer com que seja mais fácil memorizar na divulgação dos alertas.

No entanto, ao longo da história, não foi sempre assim. Durante a II Guerra Mundial, por exemplo, o exército americano adotava nomes de namoradas, esposas ou mães dos militares. E assim continuou a ser nos anos seguintes. Só na década de 1970 é que foram incluídos nomes masculinos, de forma a evitar o desequilíbrio de género. Desde então, as listas são organizadas por ordem alfabética, alternando masculinos e femininos. No entanto, os nomes variam em função do idioma de cada região.

Em 2014, uma análise estatística feita pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos da América, concluiu que os furacões com nome de mulher matam mais pessoas (42) do que os que têm nome masculino (15).

“No Atlântico e no leste do Pacífico, usam-se nomes de pessoas reais, mas há convenções diferentes noutras partes do mundo”, diz Julian Heming, cientista de previsões tropicais no Met Office, um escritório de meteorologia britânico. O especialista refere ainda que no oeste do Pacífico, por exemplo, também se utilizam nomes de flores, animais, personagens mitológicas e alimentos.

“O importante é ter um nome do qual as pessoas se possam lembrar e identificar. Antes, esta região usava nomes em inglês e, há dez anos, decidiu-se que deveriam ser mais apropriados à região”, conclui.