Texto NM | Fotografias da Shutterstock
Podem ter capa e collants ou andar por aí despercebidos. Podem estar vivos ou ser exemplos do passado. Podem saltar de edifícios presos a teias ou caminharem pelo seu próprio pé. Quaisquer que sejam os heróis de que falamos, reais ou imaginários, todos têm em comum o facto de nos ajudarem a resolver medos e crises existenciais profundas. E que melhor razão para encontrarmos os nossos?
Para o escritor de BD Grant Morrison, famoso pelos seus enredos para a Marvel e a DC Comics, heróis permitem-nos ver o mundo com olhos otimistas: «É a melhor representação daquilo em que podemos tornar-nos se sentirmos merecer um amanhã em que as grandes virtudes sejam fortes o suficiente para superar os impulsos destrutivos que ameaçam desfazer o projeto humano», diz.
«Vermo-nos como parte de uma linhagem criativa ajuda-nos a sentir menos sozinhos quando começamos a desenvolver o nosso próprio trabalho»
As suas histórias ajudam-nos a desenganchar um pouco da realidade em saltos da imaginação. Trazem-nos esperança no amanhã, confiança na nossa própria capacidade de nos superarmos. «Vermo-nos como parte de uma linhagem criativa ajuda-nos a sentir menos sozinhos quando começamos a desenvolver o nosso próprio trabalho», explica o americano Austin Kleon, autor do best-seller Steal Like An Artist (Roube Como Um Artista).
Segundo ele, a máxima aplica-se a tudo na vida: é uma questão de irmos imitando os nossos modelos – pessoas que amamos, que nos inspiram, que gostaríamos de ser – e fingirmos ser como eles até o conseguirmos, de facto.
«Uma falha maravilhosa que há nos seres humanos é sermos incapazes de fazer uma cópia perfeita. É assim que evoluímos.».
«Podemos aprender o que quisermos assim», sublinha Kleon, considerando que ninguém sai da barriga da mãe a saber quem é. «Uma falha maravilhosa que há nos seres humanos é sermos incapazes de fazer uma cópia perfeita, e é justamente nessa falha em copiarmos os nossos heróis que descobrimos onde está o que é nosso. É assim que evoluímos.»
Se não fosse pelo Elvis Presley, os Beatles não existiriam.
O próprio John Lennon jurava que se não fosse pelo Elvis Presley, cuja música ouviram e tocaram até à exaustão, os Beatles não existiriam. «Qualquer ideia nova é apenas um mashup (mistura de partes) ou um remix de uma ou mais ideias anteriores», garante Austin Kleon.
O que nos leva já de seguida à nossa fotogaleria e a tudo o que significa ser um herói.