Acontece tudo dentro do corpo e com muitas ligações. Os sinais internos manifestam-se para avisar que a energia está em baixo e que é necessário repô-la. Os mecanismos produzem a sensação de fome, o sistema nervoso entra em ação se não há alimentos a entrar e a chegar ao estômago, o cérebro tenta coordenar tudo isso.
«A fome tem origem no cérebro assim como os comportamentos que respondem à fome. É de lá que vêm as respostas à fome», diz o norte-americano Stephan Guyenet, bioquímico e neurocientista da Universidade de Washington, que esteve recentemente na Conferência Internacional de Nutrição Evolutiva, em Lisboa.
O cérebro também tem fome? Sim e não. A fome é um sinal de que o corpo precisa de restabelecer energias.
O cérebro também tem fome? Sim e não. A fome é um sinal de que o corpo precisa de restabelecer energias, o cérebro é o comandante das operações. «O cérebro responde a sinais que vêm do corpo e à nossa volta». «É o único órgão no corpo que gera sentimentos, comportamentos, motivações ou estados». É a sua atividade.
E o que ingerimos tem impacto na saúde cerebral? O que devemos e não devemos comer? Estes temas, segundo o especialista, ainda não estão bem estudados, não há conclusões taxativas, não há tabelas com regras definidas. «Sabemos muito pouco sobre a comida que faz bem à saúde do nosso cérebro», comenta.
«Sabemos muito pouco sobre a comida que faz bem à saúde do nosso cérebro»
A saúde do cérebro é, portanto, um mundo misterioso, mas há, no entanto, ligações que podem ser feitas. Se o nosso corpo é uma espécie de estrada, se o sistema cardiovascular leva sangue e nutrientes ao cérebro, o que aí entra pode ou não causar complicações.
«O que é bom para o corpo e para o sistema cardiovascular também o será para o cérebro», afirma Guyenet. Um dos grandes e comuns problemas é atalhar caminhos. «Na saúde, todos querem seguir a maneira mais fácil: continuar a fumar, a não praticar exercício físico, a comer demasiado, mas não é assim que a saúde funciona». Com a saúde, todos sabem, não se deve brincar. E quem trata bem do sistema cardiovascular previne riscos e graves chatices para o cérebro.