Susana Romana

A Vodafone, Diogo Pacheco Amorim e o Dia de São Valentim

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Ontem celebrou-se o Dia dos Namorados. Comemoraram? Ou já estão naquela fase da relação em que as coisas esfriaram e cada um dorme no seu quadrante político, como o Costa e o Marcelo?

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Marcelo arrependeu-se logo da prenda de São Valentim que deu a Costa: uma maioria absoluta. Ficou com ar de quem trocou os embrulhos sem querer e na verdade só lhe tinha comprado uns boxers com ursinhos e uma ideia de Bloco Central.

3

Marcelo até já avisou o Governo: o PRR “não é um paraíso ao virar da esquina” e neste jogo “ou ganhamos ou perdemos”. Tudo enquanto recebia a seleção nacional de futsal em Belém. Ao nível das metáforas forçadas, só lhe faltou levar o apito e o cartão vermelho com os quais tenciona arbitrar a nova maioria.

4

O novo Governo vai tomar posse no dia 23, e já se sabe que vai ter superministros. Incluindo Medina, que perdeu a Câmara de Lisboa. Grande promoção, é como adormecer funcionário de call center e acordar Homem-Aranha.

5

O candidato do Chega a vice-presidente da Assembleia da República, Diogo Pacheco Amorim, disse: “A nossa cor de origem é branca e a nossa raça é a raça caucasiana”. Certo, Diogo. Nada de ir passar 15 dias a Monte Gordo em agosto, que perde logo o pantone de português de bem. Se o que querem é brancura impecável, o Chega que meta uma embalagem de lixívia.

6

Saíram as nomeações para os Oscars de 2022. O favorito é um filme chamado “O poder do cão”, o que me parece desfasado da realidade. Se os cães tivessem poder, o PAN não estava o descalabro que está.

7

A Vodafone foi vítima de um ciberataque que tem causado grande impacto nas comunicações. Desde que não façam a Ana Guiomar refém, coitadinha, está tudo bem.

8

O país continua em seca extrema, sem chuva em abundância à vista. Qualquer dia a chuva é uma coisa de que os miúdos vão ver reproduções realistas e ouvir histórias antigas, como se fossem dinossauros. “Bora ao ChuvoParque, podes recriar uma molha como se apanhava no antigamente.”