Tricotin: criatividade nos cordões

O tricotin pode ser executado num tear, com duas agulhas sem pontas, ou numa máquina com manivela

Numa época em que as novas tecnologias dominam as atenções, o tricotin surge como concorrente capaz de fazer miúdos e graúdos largarem computadores, tablets e consolas em prol da criatividade. Trata-se de uma técnica artesanal, também conhecida como i-cord ou rabo de gato, por formar uma espécie de tubo em lã ou algodão. Por dentro, coloca-se um arame fino que permite moldar letras ou silhuetas variadas.

Atualmente usa-se muito em objetos decorativos, e foi por acaso que surgiu, quando a britânica Elizabeth Zimmermann, em meados do século XX, errou um ponto de tricô e formou um cordão. Daí o nome i-cord, ou seja, “idiot cord” (cordão idiota). Foi nesse legado e no Pinterest que Mariana Correia se inspirou para se lançar no ofício que materializou em peças que vende na Alfacinha Store. “Comecei a fazer tricotin há dois anos e meio”, recorda, revelando que “os nomes são o que tem mais saída”. Uma das mais-valias, segundo Mariana, “é que é um produto muito personalizável”.

O tricotin pode ser executado num tear, com duas agulhas sem pontas, ou numa máquina com manivela, a ferramenta usada por Mariana Correia e também por Raquel Loureiro, a jornalista que comercializa as suas criações através da página de Instagram Tricotina. “Sempre fiz trabalhos destes, mas mais de croché. A técnica do tricotin é mais recente e foi uma amiga que me desafiou há pouco mais de um ano”, conta à NM. Os pedidos somaram-se e, mesmo em part-time, Raquel assume “um micro negócio” que “não dá para viver” mas é terapêutico. “Acalma-me”, confidencia. “Tudo é único e feito com um propósito.”

Sofia Craveiro, a proprietária da Companhia das Agulhas, em Lisboa, garante que “qualquer pessoa pode aprender, pois é tecnicamente fácil”. No dia 20 de junho, abre as portas a um workshop presencial para todas as idades. Custa 40 euros e inclui material, à exceção da máquina que, por questões de segurança associadas à covid, tem de pertencer a quem a irá usar.