Compras sobre rodas e sem limites de velocidade

Foto: Artur Machado/Global Imagens

Paula Viana faz contas rápidas. “Olhe que não vai assim há muito.” A vendedora fala com experiência. Tem 49 anos, 35 passados atrás do balcão da Frutaria do Bolhão Rui Silva, no Porto. “Foi para aí há dois ou três anos que se começaram a ver outra vez mais pessoas a vir às compras com os carrinhos.” Gente na casa dos 30 e 40. “Não é uma enchente, mas percebe-se que os novos aderem mais.” Paula avança com uma explicação. “São mais práticos do que os sacos de plástico. Levam mais coisas sem pesar nos braços e nas costas. São resistentes, o que lá se põe vai melhor acomodado. E além disso são mais ecológicos.”

Foto: Artur Machado/Global Imagens

Uma pesquisa pelas lojas revela que os tróleis de compras parecem ter ganho novo fôlego. As opções são vastas nos espaços comerciais El Corte Inglés, por exemplo, incluindo a marca da casa. Susana Santos, diretora de comunicação, confirma a aposta. “Fazem parte do nosso catálogo há muito, mas nos últimos anos a procura cresceu exponencialmente, sobretudo para as compras de supermercado.” A cadeia espanhola acompanhou a tendência. “Para responder ao aumento da procura duplicámos a oferta.” A resposta está em linha com a “preocupação em disponibilizar aos clientes soluções que respeitem a sustentabilidade ambiental.”

O mais vendido é o tradicional trólei com duas rodas, embora a também haja “veículos” de três e quatro rodas. A promessa de comodidade nas compras, principalmente de quem dispensa o automóvel, faz o resto. As costas, os braços e o ambiente agradecem.