Texto de Filomena Abreu
É à prova de esquecimento. Tem uma duração de três anos e 99% de eficácia. Há mais vantagens associadas aos implantes hormonais subcutâneos. E desvantagens também. Ainda que não sejam perfeitos, prometem resultados sem igual. Para a Organização Mundial da Saúde, este é o método anticoncecional mais eficaz no mercado.
Surgiram na década de 1990 e têm cada vez mais adeptas. Podem ser utilizados como método contracetivo de longa duração mas também para o tratamento de dores menstruais e controlo de hemorragias uterinas anormais, resultantes de patologias como a adenomiose, um espessamento das paredes do útero que provoca dor, sangramento ou cólicas fortes, especialmente durante a menstruação.
Mas afinal de que estamos a falar? Trata-se de um bastonete de quatro centímetros de comprimento, e dois milímetros de diâmetro, que contém 68 miligramas hormonais. É colocado debaixo da pele, mais propriamente na parte superior do braço não dominante, onde vai libertando continuamente na corrente sanguínea a hormona progestativa etonogestrel.
Trata-se de um bastonete de quatro centímetros de comprimento, e dois milímetros de diâmetro, que contém 68 miligramas hormonais.
A colocação demora entre dez e 15 minutos. Antes da sua introdução pode-se utilizar, ou não, um anestésico local. No dia da colocação deve-se evitar a realização de grandes esforços com o braço que recebeu o implante. Habitualmente, não é necessário realizar pontos cirúrgicos após a inserção.
Segundo Susana Maia, médica de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da CUF Porto, as principais vantagens deste método são “o efeito contracetivo de longa duração de ação; a ausência de efeitos secundários dos estrogénios; o facto de não interferir com o aleitamento; e melhoria da dor menstrual”. Já as grandes desvantagens assentam nas possíveis “irregularidades menstruais, que podem ser mal aceites pela mulher, e um ligeiro aumento de peso”.
Há quem receie que o uso deste implante possa contribuir para o aumento da possibilidade de ter cancro. Sobre o assunto, Susana Maia apenas refere que “este método não deve ser utilizado em mulheres com neoplasias hormonodependentes, como o cancro da mama”.
Mas há regras. O implante hormonal subcutâneo deve ser introduzido por um profissional de saúde com treino nesse procedimento. Por norma, são prescritos e introduzidos por médicos especialistas em Ginecologia ou Medicina Geral e Familiar. E qualquer mulher em idade reprodutiva, independentemente de ter tido filhos ou não (“com exceção das que têm neoplasias hormonodependentes, enxaqueca com ‘aura’, tromboembolismo e em algumas doenças hepáticas”), é boa candidata a receber este implante.
O implante hormonal subcutâneo deve ser introduzido por um profissional de saúde com treino nesse procedimento.
Além disso, “pode ser utilizado durante o período de amamentação” e por mulheres que não toleram ou que estão contraindicadas para a administração de estrogénios, prossegue Susana Maia.
O preço médio de um implante, com comparticipação, ronda os 35 euros. Valor ao qual acresce o custo da introdução. Após ser colocado, tem uma validade de três anos, podendo ser substituído se a paciente e o seu médico assim o entenderem. É adequado para mulheres que desejam um meio contracetivo de longa duração, evitando um esquema de controlo diário, semanal ou mensal, que muitas vezes leva ao esquecimento da toma da pílula, por exemplo.
Além disso, é reversível, podendo ser removido a qualquer momento com um procedimento simples por um profissional da área da saúde. Depois de retirado, o efeito contracetivo passa imediatamente, ou seja, será possível engravidar tão rápido quanto as mulheres que não utilizaram anticoncecionais. Outra inovação é o facto de agora o implante ser radiopaco. Ao tornar-se visível em qualquer método de imagem, a sua localização fica facilitada.