Avião que ia sobreviver ao fim do Mundo “abatido” por um pássaro

O E-6B Mercury foi concebido para iludir o “Dia do Juízo Final”. Em caso de guerra nuclear, a aeronave da Marinha dos Estados Unidos da América seria capaz de sobrevoar e resistir aos impulsos eletromagnéticos de bombas nucleares. O avião também foi criado para servir como base de comunicação militar.

Ou seja, num cenário de confronto aquático, os sistemas de comunicação permitiriam à Marinha trocar mensagens com os submarinos e, assim, lançar mísseis balísticos. Esta máquina, à prova de cenários apocalípticos, está ainda equipada com uma ferramenta que tornaria viável o lançamento de mísseis balísticos intercontinentais terrestres. Contudo, o pior aconteceu.

No início do mês de outubro, uma equipa de militares fez um teste à aeronave, algures no estado de Maryland. Uma das manobras a cumprir consistia em tocar o solo por alguns segundos e voltar a descolar. Só que, durante o exercício, um pássaro entrou num dos quatro motores e obrigou a uma aterragem forçada. Por sorte, nenhum dos tripulantes ficou ferido, mas os estragos não foram baratos.

A ave (cuja espécie não foi divulgada) causou um prejuízo de 1,8 milhões de euros em danos no avião. A Marinha americana classificou o acontecimento como um “acidente de classe A”, o pior na escala de desastres, uma categoria reservada aos acidentes graves. Entretanto, o motor “já foi substituído e a aeronave voltou ao serviço”, afirmou Tim Boulay, porta-voz da Divisão de Aeronaves do Naval Air Warfare Center. Ainda decorre uma investigação para apurar o que realmente se passou.