View-Master Uns círculos com slides de filmes que fazíamos passar no View-Master. Tão básico e no entanto um fascínio, no tempo em que só havia um ou dois canais de televisão e para muitos esta ainda era a preto e branco.
Waterful Talvez este brinquedo não fosse coisa que levássemos para a escola, mas passávamos horas em casa a carregar no botão para tentar dar um impulso certo para que as argolinhas que boiavam na água encaixassem nos suportes. Este ganha o prémio nostalgia.
Iô Iô Diz-se que é um dos mais antigos brinquedos da história e o facto de fazer furor ainda hoje quando chega às mãos de uma criança atesta a sua intemporalidade. Mas a febre do Iô Iô em Portugal aconteceu sem dúvida nos anos 1980. Todos os miúdos andavam com um na mochila e nos recreios faziam-se verdadeiros concursos para ver quem conseguia fazer mais truques e malabarismos.
Berlinde Umas covinhas no chão, os berlindes normais e depois os abafadores ou papa-mundo. Jogar ao berlinde era uma das brincadeiras preferidas dos miúdos dos anos 1980. Muitas vezes, gerava discussões, exigia negociações, implicada ameaças de guerra e tratados de paz, mas ocupava boa parte das manhãs ou tardes de recreio na escola.
Cubo mágico Inventado em 1974, na Hungria, por um jovem professor de arquitetura, chamado Erno Rubik, o cubo de Rubik foi lançado internacionalmente como brinquedo em 1980, apelidado de Cubo Mágico. Ainda hoje é um desafio para mais novos e mais velhos, mas nos anos oitenta do século XX marcou uma geração. Estima-se que uma em cada sete pessoas vivas brincaram com o cubo mágico, segundo a página oficial do brinquedo. E quem foi criança nos anos 1980 pode confirmar. Horas a fio a tentar desvendar o enigma de pôr cada lado do cubo de uma só cor.
Fisga É certamente um dos brinquedos mais politicamente incorretos alguma vez fabricados, mas andou no bolso de trás das calças da maioria das crianças ao longo do século XX. Na verdade, muitas vezes era construída pelos próprios, com ramos de árvore e elásticos. Valeu alguns vidros partidos, muitos ralhetes e alguns acidentes, mas faz parte da memória e do imaginário. Hoje, é sobretudo uma peça de artesanato ou coleção.
Pião Uma corda, um pião de madeira e um piso liso era tudo o que bastava para horas de diversão e desafio. Sim, porque não era fácil lançar o pião e mantê-lo a girar. Este é o antepassado dos beyblades do seu filho e também andava sempre nas mochilas dos anos 1980.
Lima-Limão Outro campeão da nostalgia é este lima-limão, antepassado do skip-it, que se punha à volta do tornozelo e fazia rodar, devendo a outra perna saltar por cima do «fio» que tinha um limão na extremidade. O sucesso que fez foi tal que o popular concurso 1,2,3, da RTP criou um com a Bota Botilde no lugar do limão.
Vai e Vem Quem cresceu nos anos 1980 sentirá nostalgia de certeza ao ver esta imagem. O Vai-Vem era um brinquedo democrático - não era caro e por isso muitos podiam tê-lo - e só funcionava se fosse partilhado - precisava de dois jogadores. Mais do que os recreios da escola, fez sucesso nos areais da praia, no verão, dando descanso aos pais, que podiam estar refastelados enquanto os miúdos se entretinham a fazer andar aquela espécie de bola de rugby de plástico de um lado para o outro.
Diablo Parece que remonta à antiguidade e teve origem na China, mas foi nos anos noventa do século XX que transformou os adolescentes todos em malabaristas e fez dos recreios da escola autênticas arenas de circo. Este ano, levou à final do programa de televisão Got Talent Portugal um concorrente, que deve ter aprendido todos os truques quando era jovem, há mais de 20 anos.
Mola colorida Descer escadas era a sua maior habilidade, mas passava a maior parte do tempo nas mãos dos miúdos, como se fosse um iô iô. Apareceu nos anos 1990 e conquistou os mais novos pela sua flexibilidade. É provável que também tivesse um efeito calmante, mas não raras vezes dava cabo dos nervos quando se emaranhava. Nos anos 1990, a mola colorida atingiu o cume do sucesso, mas é um long runner e até hoje fascina os miúdos que a apanham.
Hula hoop Em finais dos anos 1950, os americanos Richard P. Knerr e Arthur K. Melvin resolveram produzir arcos de plástico leve e colorido e comercializá-los como brinquedos, designando-os de hula hoop (hula da dança havaiana e hoop de arco em inglês). Rapidamente, se tornaram um sucesso, sobretudo entre as raparigas e nos anos 1980, quando começavam a chegar a Portugal as coisas que tinham feito furor lá fora décadas antes, todas tinham. A influência do brinquedo foi tal que hoje é usado também em diversas modalidades desportivas.
Bolinhas de sabão Os frasquinhos que enchíamos de água e detergente para fazer bolinhas de sabão são intemporais, mas deram cabo dos nervos a muitos pais e professores nos anos 1980. Na altura, não havia tanta oferta de brinquedos como existe hoje e por isso se tornava viral. E uma festa. As bolinhas de sabão são bonitas e mágicas e trazem boa disposição, mas também molham tudo à volta. É provável que os pais tenham agradecido quando a moda seguinte se instalou.
Tazos A Portugal chegaram nos anos 1990 nos pacotes de uma marca de batatas fritas e depressa despertaram a febre colecionadora dos mais novos. E não foi uma febre assim tão passageira. Durante anos, trocaram-se tazos nos recreios das escolas.
Tamagotchi Veio do Japão, claro, e ganhou estatuto de mania (hoje seria classificado de viral) nos anos 1990. Afetou sobretudo adolescentes, mas, diga-se em abono da verdade, também muitos adultos. Até porque não era propriamente barato o «coisinho» de estimação, que mais parecia um porta-chaves eletrónico, que os «donos» deviam cuidar, alimentar, dar banho, levar a passear, etc., para que não morresse. Escreveram-se verdadeiros tratados sobre o assunto, prós e contras, seria o tamagotchi um treino para os mais novos saberem como cuidar de uma criança ou animal ou seria um substituto eletrónico de relações reais de amizade, conduzindo ao isolamento? Em Portugal, foi um sucesso, mas não chegou para ficar.
Cartas Yu-Gi-Oh! O jogo de cartas Yu-Gi-Oh! entrou para o livro de recordes do Guiness em 2009, quando celebrou 10 anos, como o mais bem sucedido de sempre, tendo vendido mais de 22 mil milhões e meio de cartas em todo o mundo. Também resultado de uma série de manga e anime japonesa, tornou-se viral no ocidente, com os miúdos mais a colecionarem e trocarem do que propriamente a jogarem. Como é na escola que passam mais tempo, é nos recreios da mesma que fazem as suas transações. Em Portugal, as cartas do Pokémon e dos Invizimals também fizeram subir a temperatura entre os mais novos.
Dinossauros e outros animais O filme de Steven Spielberg, Jurassic Park, lançado por cá em 1993, é o grande responsável pelo ressuscitar dos dinossauros. Os gigantes pré-históricos são um fascínio para os miúdos, que sabem de cor todas as espécies, sub-espécies, habitats e hábitos alimentares dos ditos. Daí até começarem a ser fabricados dinossauros e outros animais em miniatura, de plástico, foi um passo. E a febre que se instalou tem passado de geração em geração, sendo mais aguda nos sub-10, que, se os pais deixarem, andam com um autêntico jardim zoológico na mochila, para poderem brincar no recreio da escola.