Texto de Sara Dias Oliveira | Fotografia de Filipa Bernardo/Global Imagens
Há cerca de 15 anos que o humorista Jel (Nuno Duarte) compra religiosamente a Uncut e a Mojo, duas revistas inglesas especializadas em música, para estar a par do que se vai passando na área.
Admite que tem vestígios de «músico frustrado». Daí a atenção e a dedicação à música e às histórias dos seus autores e cantores. Seja através do Spotify ou do YouTube ou nas revistas que compra e guarda. «É mais como um trabalho de garimpeiro.»
«Acabo por descobrir coisas que até são antigas mas que são novas para mim.»
Gosta de tudo um pouco. De música negra, americana, blues, jazz, afro‑beat, soul, rock, de músicas do Mali, da Nigéria, da Etiópia. «Dá‑me Muito gozo descobrir autores e hoje a tecnologia facilita muito essa procura.» Foi assim que descobriu o brasileiro Tim Maia ou o nigeriano Fela Kuti, ambos desaparecidos já.
«Acabo por descobrir coisas que até são antigas mas que são novas para mim.» As descobertas são partilhadas com a família, os amigos e ainda num podcast com sons e textos [Perólas p’ra Porcos, acessível no Soundcloud].
A música é companheira de vida. Dos tempos de miúdo aos dos Homens da Luta, de megafone na mão a cantar acompanhado à guitarra pelo irmão Vasco Duarte na dupla Neto e Falâncio. No programa dos homens da revolução a costela de músico vinha à tona.
«Dou um ou dois acordes na guitarra, trabalho, para mim, na música só mesmo na comédia», diz o humorista que faz stand up comedy, em várias salas do país, e assina Um Olho de Burro, programa na TSF transmitido às quartas‑feiras, às 08h20 e às 18h20.