Um voto pode mudar o país e a História está farta de mostrá-lo
por Notícias Magazine
No dia 25 de Abril de 1975, exatamente um ano depois da revolução, o povo português saiu massivamente à rua para as eleições legislativas. Foram as primeiras eleições livres, foi a primeira vez que a maioria das mulheres pode votar. Portugal percorreu um longo caminho até este dia.
As primeiras eleições autárquicas aconteceram em 1913. Votavam apenas os homens maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever.
Em 1917, o país elege em delírio Sidónio Pais, que impõe um regime ditatorial e reaproxima o Estado da Igreja. É assassinado no ano seguinte, mas deixa como legado a abertura de portas ao golpe de estado militar que depressa se tornaria na mais longa ditadura da Europa no século XX.
O General Norton de Matos, opositor de salazar, candidata-se às presidenciais de 1949 e recebe grande apoio popular. Acaba por desistir dias antes do escrutínio, percebendo que os resultados seriam inevitavelmente fraudulentos.
Humberto Delgado tinha prometido demitir Salazar se vencesse as presidenciais de 1958. O Estado Novo tremeu com o apoio popular que o general recebia. Os resultados foram falsificados e Delgado acabaria assassinado pela PIDE.
Depois da morte de Salazar, Marcelo Caetano convoca as primeiras eleições em 1969 e permite à oposição candidatar-se em alguns distritos. O povo acorre em massa às urnas mas os resultados são uma farsa e a União Nacional ocupa todas as cadeiras do parlamento.
As últimas eleições da ditadura aconteceram em 1973 e todos os candidatos da oposição desistiram, tendo a assembleia ficado totalmente preenchida com deputados do regime. Aqui, Marcelo Caetano em campanha pela Guarda.
Mário Soares vence as presidenciais de 1986, derrotando Freitas do Amaral à segunda volta. Foi um dos sufrágios mais disputados de sempre - 138 692 votos separaram os dois candidatos.
Em 2001 o PS teve um resultado catastrófico nas autárquicas e António Guterres demite-se de primeiro-ministro, entendendo que os resultados nas eleições locais eram um castigo à política do governo.