Todos desejamos que os nossos filhos vivam uma adolescência saudável e minimamente responsável. Mas sobretudo que nunca entrem em submundos que estejam para além da nossa compreensão!
Será um desejo genuíno, contaminado pela esperança …ou pelo medo? Assim que nos tornamos pais passamos a ter alguém – finalmente! – para poder controlar. E depois dizemos que «é amor».
Educar a partir do medo e do controlo dá cabo de qualquer relação. Cria distância e hostilidade. Temos que ganhar primeiro o coração do adolescente. Não sei dizê-lo de outra forma: se não houver uma relação forte, os riscos são muitos.
Os media também atrapalham, promovendo e glamourizando as drogas, o tabaco, o álcool. E o sexo violento.
Dá-se o caso de sexo e agressividade serem controlados pelas mesmas zonas cerebrais e pelo mesmo grupo de hormonas. Se fossem os neurocientistas a tomar decisões, reduziriam grandemente a exibição ou emissão de cenas que envolvem a combinação fatal «sexo-violência», como acontece frequentemente nas séries de TV e no cinema para os mais novos. Trata-se de um modelo execrável.
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E se os adolescentes assistissem a filmes em que o amor fosse vivido de uma forma terna, sensual, divertida? E se os argumentos transmitissem os valores da partilha, da sensibilidade, do diálogo, da sensualidade, do respeito e do afeto? Teriam eles capacidade para aprenderem uma forma de sexualidade gratificante em vez de uma deturpada e isenta de empatia?!
O fim da inocência dos adolescentes não está correlacionado com classes sociais, inteligência, talentos ou capacidades individuais. Está sobretudo relacionado com a supervisão dos pais e o tempo que estes dedicam à relação com os seus filhos.