Texto de Lusa | Fotografia de Shutterstock
«Salientamos que continuam a existir a nível nacional várias centenas de doentes cujos tratamentos propostos pelos respetivos médicos continuam a aguardar a necessária autorização da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), sem a qual os doentes não podem ser tratados», diz o bastonário da Ordem, Miguel Guimarães, numa nota divulgada hoje, Dia Mundial das Hepatites.
A Ordem dos Médicos alerta ainda para o facto de a negociação feita com a indústria farmacêutica ter «aparentemente esquecido» os doentes com genótipo 2, uma das variações do vírus da hepatite C.
Vários peritos, grupos de médicos e representantes de doentes têm defendido há uns anos um rastreio nacional à hepatite C.
Apesar de ser um subtipo minoritário, a Ordem considera que «os seus portadores não podem ter menos direitos ao tratamento adequado», sublinhando que isso coloca «problemas de índole ética e legal insustentáveis» e que «podem ter graves repercussões» sobre a saúde desses doentes. «É impensável não tratar estes doentes tal como os restantes», escreve o bastonário Miguel Guimarães.
A Ordem dos Médicos lamenta ainda que, «por um esquecimento» na negociação, a disponibilização desses medicamentos a estes doentes «venha onerar diretamente os hospitais com custos muito superiores aos que teriam» se a negociação tivesse previsto esta situação. «Esta situação deve ser reduzida rapidamente», apela Miguel Guimarães.
A Ordem dos Médicos sublinha ainda a necessidade de se realizar um rastreio nacional de modo a conhecer a realidade do país quanto ao número de doentes com hepatite C, por haver uma aparente disparidade entre o número de infetados assumido pelo Governo e aquele que os especialistas estimam.
Vários peritos, grupos de médicos e representantes de doentes têm defendido há uns anos um rastreio nacional à hepatite C.