Em agosto de 2014, o Daesh massacrou a minoria yazidi no Iraque. Sinjar, cidade de Nadia Murad, e Kocho, terra natal de Lamiya Aji Bashar, foram dizimadas. Homens e mulheres mais velhas mortos. Mulheres, crianças e jovens raparigas capturadas, violadas, vendidas, feitas escravas sexuais.
Nadia e Lamiya, após meses de tortura, conseguiram fugir. E começaram a lutar pelos direitos humanos. No dia 13 recebem o Prémio Sakharov, em Bruxelas. O veterano fotógrafo iraniano Alfred Yaghobzadeh, vencedor do World Press Photo, entre outros galardões, esteve com a comunidade yazidi no Iraque de Nadia e Lamiya em 2014 e 2015. E registou o horror.
(Fotografia Ⓒ The Associated Press)
PRÉMIO SAKHAROV 2016 PARA NADIA MURAD E LAMIYA AJI BASHAR
O Prémio Sakharov de 2016, atribuído pelo Parlamento Europeu, a quem tenha dado uma contribuição excecional para a luta em prol dos direitos humanos, será entregue no dia 13 de dezembro a duas mulheres yazidi que sobreviveram a meses de tortura, violações sucessivas e escravatura sexual a que foram sujeitas pelo Daesh e conseguiram escapar. Após a sua fuga, que a levou para um campo de refugiados no Iraque e depois na Alemanha, Nadia Murad (na fotografia acima) tornou-se, em setembro de 2016, a primeira embaixadora da Boa Vontade do UNODC para a Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico de Seres Humanos.
(Fotografia Ⓒ Paulo Alexandrino)
Lamiya Aji Bashar, que tentou fugir várias vezes e foi quase morta na última mas foi bem-sucedida, encontrou refúgio na Alemanha e lá tem trabalhado ativamente na sensibilização para a difícil situação da comunidade yazidi e na ajuda a mulheres e crianças que foram vítimas da escravatura e das atrocidades do Daesh.